29 de outubro de 2013

Petrobras quer reajuste automático de preços

Segundo a estatal, a nova forma objetiva adequar o preço no mercado interno ao do internacional
Rio/Fortaleza. O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse ontem que o Conselho de Administração da estatal pediu novos estudos sobre os parâmetros utilizados na nova política de reajuste de preços de combustíveis formulada pela estatal. Na última sexta-feira, a Petrobras apresentou ao Conselho, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma metodologia para permitir uma maior geração de caixa e redução do nível de alavancagem para níveis aceitáveis. Pela fórmula criada pela estatal, os reajustes passarão a ser automáticos para adequar o preço no mercado interno ao do internacional, tanto para cima quanto para baixo.

A Petrobras apresentou ao seu Conselho de Administração uma metodologia para permitir uma maior geração de caixa.

"Depois de aprovada, e uma vez definida (a metodologia), o reajuste é automático e passa a ser empregado na empresa", afirmou Barbassa, reforçando que o objetivo da metodologia é alinhar os preços domésticos dos derivados aos internacionais. "O que muda é fazer esse alinhamento, com a definição dos parâmetros, com a periodicidade definida. (Queremos que) Seja clara a fórmula e que permita essa previsibilidade para todos os interessados", disse.

Segundo Barbassa, essa nova política já foi aprovada pela diretoria. A companhia chegou ao fim de setembro com uma alavancagem de 36%, número acima do "teto estipulado" de 35% pela empresa, ressaltou o diretor. De acordo com ele, a nova política pode levar a alta ou redução de preços. "São parâmetros como o percentual e a periodicidade desses reajustes. Não é o momento para discutir se isso será aprovado ou não. Essa política já foi aprovada pela diretoria. Os parâmetros podem ser ajustados. Vamos trabalhar para estar com isso inteiramente implementado até a data anunciada (22 de novembro)", afirmou.

Setor preocupado

Para o assessor técnico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, a "nova política de preços" a ser adotada pela Petrobras, representa o retorno do "gatilho", que será usado pela petrolífera, sempre que avaliar necessário. Costa ressalta no entanto, que a medida significa uma forma de tabelamento dos preços dos combustíveis, o que para o setor é impossível de ser aplicado, diante da volatilidade do câmbio e dos preços do petróleo no mercado internacional. "Essa nova metodologia (anunciada preliminarmente, na 5ª feira passada) está gerando um clima pavoroso no setor", revela Costa.

Caixa

A defasagem entre os preços de combustíveis no mercado internacional e os praticados no mercado interno tem pesado no caixa da Petrobras. A estatal acumula, entre janeiro e agosto deste ano, perdas estimadas em R$ 3,4 bilhões por não repassar o aumento do petróleo no mercado internacional, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).

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