29 de outubro de 2013

Enem termina com 29% de abstenção e 36 eliminados

A taxa dos que não compareceram é maior do que a do ano passado, quando alcançou 27,9%. Foram eliminados 36 candidatos, por postarem fotos da prova em redes sociais durante o exame, o que estava proibido.

O segundo e último dia de provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) terminou com um índice de abstenção alto em todo o País. Ao todo, 29% dos candidatos (cerca de 2 milhões de pessoas) não compareceram à prova. A taxa é maior do que a do ano passado (27,9%). O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, classificou o exame como “um sucesso”.

Entre as intempéries mencionadas por ele estão os 36 candidatos eliminados por postarem fotos da prova em redes sociais durante o exame. “Quero ver alguém me eliminar haha #enem #boasortepramim”, desafia uma usuária da rede social Instagram, que publicou uma foto com declarados cartão de resposta e folha de rascunho.

Outro usuário publicou a foto de alegado trecho da prova com a legenda: “Ainn #nervoso chegou o momento que tanto esperei... me preparei o ano todo e é hora de mostra para que vim!! Boa sorte a todos (menos pra quem vai fazer medicina rsrs) #enem #pronto #deusmeajude #foco #força”, publicou.

De acordo com as regras do Enem, eram proibidos o uso de eletrônicos no local de prova. Sobre a questão da segurança, o ministro Mercadante destacou que não houve vazamento.

No total, havia 712 candidatas gestantes, que poderiam entrar em trabalho de parto no local de prova. Ontem, uma gestante no Rio de Janeiro começou a sentir as contrações, mas quis ficar no local e terminar a prova, onde foi acompanhada por um especialista.

Opiniões
Ontem, os estudantes responderam a 90 questões objetivas de linguagens e de Matemática, além de redação. O tema do texto, a Lei Seca no trânsito, surpreendeu alunos e professores. A expectativa era que a prova abordasse as manifestações de junho.

“Foi um tema bastante fácil para os candidatos”, diz Elisabeth Massaranduba, professora de Português e Redação. “No ano passado, dependendo do que o aluno dissesse, ele acabaria contrariando os direitos humanos e isso é perigoso”, acrescentou.

Os alunos dividiram as opiniões. Isabelle Duarte, 17, gostou do tema: “Eu esperava que fosse sobre as manifestações, mas acho que o assunto está muito batido. A lei seca foi mais interessante”, afirmou. Para Natália Vianna, 18, o tema da redação foi “ultrapassado”. Já a prova de Matemática, segundo o coordenador do Anglo de São Paulo, Luís Arruda, foi difícil. Segundo ele, o candidato teria que ter conhecimento específico para resolver as questões. 

A previsão é de que os gabaritos do exame sejam divulgados na próximo dia 30.

Uma questão na prova de ciências humanas despertou vários comentários nas redes sociais. A questão trata de uma charge, feita em 1960, que ironiza a política desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubistchek. Na charge, a palavra gasolina aparece grafada com a letra z no lugar do s. O ministro Mercadante disse que grafia respeitou a época do texto.

Uma questão de química virou meme na internet e febre no Facebook. Trata-se de uma molécula orgânica que tem “forma humana” e lembra um boneco com olhos acenando tchau. Segundo o Enem, essa molécula chama-se Nanokid. No meio da tarde de ontem, um perfil do Nanokid já havia sido criado na rede social Facebook -e havia sido curtido por 22 mil pessoas.

Entre as 7,1 milhões de pessoas que se inscreveram no Enem deste ano, há um grupo de participantes que destoa do perfil de estudantes recém-saídos do ensino médio. São candidatos acima de 30 anos que decidem fazer sua primeira faculdade, mudar o rumo da carreira ou voltar a estudar. Segundo dados divulgados pelo MEC, essa parcela é minoria: apenas 15% dos inscritos têm mais de 30 anos.

A prova é utilizada na seleção de universidades federais e pré-requisito para programas sociais de ensino superior, como Prouni e Fies.

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