21 de setembro de 2012

Novela acaba e Paulo Henrique Ganso é do São Paulo


Foram dois meses de negociações, quatro propostas e uma infinidade de idas e vindas, mas finalmente acabou a novela: Paulo Henrique Ganso é do São Paulo.
Desde o início, o que se viu foi uma negociação tensa e de desfecho incerto FOTO: Divulgação/São Paulo Futebol Clube
O meia assinou, na madrugada desta sexta-feira (21), contrato por cinco temporadas e custará R$ 23,9 milhões, valor mais alto para uma transferência entre clubes nacionais. De quebra, o Santos ainda ficará com 5% de uma venda futura. O DIS contribuiu com R$ 7,5 milhões e o clube tricolor bancou o restante. Ele receberá cerca de R$ 350 mil no novo clube, longe do teto de Luis Fabiano e Rogério Ceni, que ganham na casa dos R$ 450 mil.
O acordo foi selado na tarde desta quinta-feira (20) em uma reunião entre as partes após passar muito perto de um naufrágio. Tudo porque o Santos bateu o pé exigindo o perdão de R$ 4 milhões referentes à metade da dívida com o DIS por causa da transferência de Wesley para o Werder Bremen, em 2010. As partes brigam na Justiça, e a empresa conseguiu reter 20% das receitas do clube. A empresa aceitou uma mudança e, em vez de receitas, terá direito a penhorar bens e imóveis até que seja declarada uma decisão.
Negociação tensa
Desde o início, o que se viu foi uma negociação tensa e de desfecho incerto. Ao perceber que o clima do meia na Vila Belmiro se deteriorava rapidamente, o diretor de futebol Adalberto Baptista entrou em contato com o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e iniciou as conversas, classificadas no início como "papo de bar" pelo santista. O clube alvinegro nunca viu com bons olhos a ideia de perder um de seus principais jogadores para um rival e dificultou a negociação até onde pôde. Primeiro exigiu o pagamento integral dos R$ 53 milhões para liberá-lo, depois aceitou receber os 45% a que tinha direito e por fim pediu o perdão pelo calote ao DIS.
Apesar do acerto, por muitas vezes o acordo ficou ameaçado graças às exigências santistas de última hora. Um exemplo de como a novela foi cheia de altos e baixos foi que nesta quinta-feira integrantes do DIS chegaram a dar o acerto quase perdido por causa das pendências entre empresa e clube, mas prevaleceu o desejo do meia, que deverá jogar com a camisa 8, a mesma que foi de Kaká, um de seus maiores ídolos.
Além da resistência santista, o São Paulo enfrentou a disputa do Grêmio pelo meia. Os gaúchos apareceram com força e contavam com a simpatia de Luis Alvaro para liberá-lo para o Olímpico, mas o jogador bateu o pé, se negou a jogar onde não queria e disse que não aceitava se transferir para o Sul.
Trunfo 
A calma do São Paulo sempre se apoiou em uma vantagem competitiva desconhecida até a última sexta-feira. Paulo Henrique Ganso se empolgou com a oferta do São Paulo. Ao saber disso, o presidente Juvenal Juvêncio o telefonou e disse que ele deveria deixar claro aos santistas que só aceitava sair para o Morumbi e que caso contrário rejeitaria qualquer outra proposta. Pressionado por todos os lados, o Santos se viu encurralado e sem outra opção que não negociar a contragosto.
O êxito da empreitada fortalece ainda mais a posição de Adalberto Baptista. Era ele, e não Juvenal, o principal entusiasta da contratação e foi o encarregado de tocar as conversas. O dirigente conseguiu dobrar o presidente, que não estava certo da negociação, e ainda o fez pagar o valor integral exigido pelo Santos. Juvenal só entrou de cabeça quando o Grêmio apareceu e viu a novela como uma questão de honra para sua administração e autorizou o aumento da proposta para convencer o Santos.
Paulo Henrique Ganso realiza exames médicos nesta sexta-feira e chega lesionado ao Morumbi. A expectativa é que sua lesão na coxa o permita a voltar aos gramados apenas em novembro. Se o diagnóstico for confirmado, ele deve atuar apenas em algumas partidas desta temporada e será preparado para entrar em 2013 zerado, livre de lesões e pronto para iniciar sua caminhada do zero no Morumbi.

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