15 de setembro de 2014

COTAÇÃO EM R$ 2,30 O que causa o pinote do dólar em setembro

Aos poucos, sem alarde, o dólar comercial se desloca, segundo especialistas, para novo patamar de preços, em torno de R$ 2,30. Foi nesse nível de cotação, a mais elevada em mais de cinco meses, que a moeda americana fechou na última quinta-feira (11), após seis valorizações consecutivas, e acumulou alta de 2,60% no mês.
Alta do dólarConforme analistas, o preço do dólar comercial sobe puxado basicamente por três fatores. O primeiro está associado à proximidade da eleição presidencial, em que crescem as incertezas políticas e econômicas com o governo que assumirá o mandato em 1º de janeiro de 2015.
Maior demanda
A insegurança com o atual cenário tem levado à procura maior por dólar, considerado refúgio em momentos de insegurança e transição política. Outro fator que estimulou o interesse por dólar e alimentou a alta de preços foi a decisão da agência de classificação de risco (rating) Moody's de revisar de estável para negativa a perspectiva de nota de crédito do Brasil.
O País não perde a condição de grau de investimento com a decisão, considerada, por enquanto, uma espécie de cartão amarelo. Ela representa, dizem analistas, mais um aviso de que, se persistir no caminho dos desmandos fiscais, o Brasil poderá ser rebaixado para um grau especulativo na classificação de risco, o que tenderia a afugentar o investidor estrangeiro.
Grau de investimento
Eventual perda de grau de investimento põe os títulos brasileiros sob suspeição, o que dificulta a atração de capitais para investimento no País e encarece a captação de recursos no exterior, já que serão cobrados juros mais elevados para compensar o risco de eventual calote. A perspectiva de redução de ingresso de dólares, alimentada também pela expectativa de elevação dos juros americanos, reforçou a mobilidade de preços da moeda americana, apesar da continuidade de intervenções do Banco Central no mercado, notadamente com oferta de contratos de swap cambial, ainda que em volume mais baixo.
Os contratos de swap cambial servem como proteção (hedge) para o comprador, porque a operação equivale à compra de dólar no mercado futuro. Mas o detentor do contrato só recebe o dólar papel, no vencimento, se quiser. Em geral, se a moeda americana subir além das expectativas, o detentor do contrato receberá o dinheiro aplicado mais a correção cambial do período em reais.
De acordo com especialistas em câmbio, a retomada de valorização do dólar reflete um momento que combina saída mais acentuada de moeda americana do País com expectativa de redução de ingresso de capitais. Um movimento que pode continuar pressionando as cotações, que tenderiam a trafegar no intervalo entre R$ 2,25 e R$ 2,30 e daí para cima, deixando para trás o intervalo anterior, entre R$ 2,20 e R$ 2,25.

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