18 de outubro de 2013

Pescadores passam 3 dias à deriva

O grupo, formado por seis homens, sendo três cearenses, conseguiu enviar um pedido de socorro via rádio
Seis pescadores, três deles cearenses, foram resgatados, na última segunda-feira (14), pela Fragata Rademaker, da Marinha do Brasil, que vinha em direção a Fortaleza, a cerca de 100 milhas náuticas a nordeste da cidade de Salinópolis, no Pará. Os tripulantes do barco pesqueiro Força Maior VI - Marcos Marques Arcanjo, Felipe Dark da Cunha Silva, Antônio Raimundo Tavares, José de Ribamar da Paixão Monteiro Pires, José Albani de Souza Araújo e José Airton Serafim da Silva - moradores do município de Bragança, no Pará, estavam há três dias em alto-mar, quando avistaram o navio.

Pescadores foram resgatados pela Fragata Rademaker, da Marinha do Brasil, que vinha em direção a Fortaleza, a 100 milhas náuticas a nordeste de Salinópolis, no Pará. Procedimento durou cerca de três horas.

O grupo conseguiu enviar um pedido de socorro via rádio, já nos últimos sinais de vida do motor. O barco estava em situação crítica agravada pela entrada de água a bordo. "A sorte é que ainda tínhamos água para beber e comida. Foi Deus que colocou a Fragata em nosso caminho, permitindo o nosso resgate", afirmou José Airton Serafim.

A Rademaker estava a 7 milhas náuticas do barco e rumou ao encontro da embarcação a fim de realizar o salvamento. Apesar das más condições do mar e do vento, o resgate foi bem sucedido. O comandante do navio, capitão de Fragata Henrique Santos, informou que a operação aconteceu ainda no 1º Distrito Naval (DN), com sede no Rio de Janeiro. Fortaleza está localizada no 3º DN.

O primeiro pescador foi resgatado pelo militar especializado em natação de salvamento. Mas as condições desfavoráveis não permitiram que o mesmo método fosse utilizado em todos os casos. Portanto, os outros tripulantes foram retirados por meio de um guincho. O resgate durou cerca de três horas. Todos estavam bem. Os pescadores foram trazidos para a Capital junto com a tripulação da Marinha e voltaram para casa ontem (17).

Salvaguarda
A Fragata Rademaker não é navio de salvamento, mas a salvaguarda da vida humana no mar é uma atribuição da Marinha do Brasil. A embarcação navegava durante operação Unitas-54, exercício multinacional entre as Marinhas do Continente Americano realizada há mais de 50 anos, programado pelo Ministério da Defesa. É uma forma de padronizar os procedimentos.

Partiu do Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto, atracando em Fortaleza, e retorna à capital carioca em 26 de outubro, totalizando mais de dois meses de comissão. Nesta 54ª edição, foram 14 países, com mais de 20 meios (navios e aeronaves), mais de 1.500 militares e cerca de 63 exercícios planejados e executados. Os treinamentos foram realizados em Cartagena de Índias, na Colômbia.

A operação também passou pela Jamaica para realização de intercâmbio de conhecimentos entre os mergulhadores de combate embarcados com militares da Guarda Costeira e do Exército Jamaicano.

A Fragata Rademaker acabou vivendo uma situação real de salvamento, como lembrou o capitão Henrique Santos. "A salvaguarda é sempre prioridade para a Marinha. Avistamos a luz do barco de pesca e nos posicionamos próximo ao barco de maneira a possibilitar o salvamento", narrou o comandante. Ele acrescentou que havia a possibilidade de partir uma embarcação de Belém para efetuar o resgate, mas devido à proximidade em que se encontrava a Fragata, a melhor opção era ela fazer a retirada dos pescadores. A Rademaker atracou ontem, 17 de outubro, em Fortaleza, onde ficará até a próxima segunda-feira (21) e abrirá para visitação pública, no Porto do Mucuripe, nos dias 19 e 20 de outubro. No local, será realizado o exercício Sabotex para testar o plano de segurança orgânica do navio.

A Fragata Rademaker foi adquirida junto à Marinha britânica, sendo a segunda de um total de quatro Fragatas do tipo 22 "batch 1", todas adquiridas pela Marinha do Brasil. Foi incorporada em 1997.

PROTAGONISTA
Cearense é um dos resgatados pela Marinha
O cearense José Albani foi um dos pescadores resgatados na embarcação que ficou três dias à deriva em alto mar. O grupo estava a bordo do Força Maior IV, quando o motor parou de funcionar. Albani acredita ter sido uma obra de Deus o salvamento. Ele narra os momentos de tensão, lembrando que o grupo tentou fazer um sinal de fogo, sendo, no entanto, identificado pela Fragata.

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