
Coberto por uma bandeira do Brasil, o caixão ficou fechado; Vaticano enviou mensagem de pesar
Curitiba. Cerca de 500 pessoas fizeram fila, ontem, para se despedir da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança. O corpo de Zilda, morta em terremoto no Haiti, foi velado no Palácio das Araucárias, em Curitiba. O caixão chegou coberto com uma bandeira do Brasil e permaneceu fechado durante todo o velório.
Antes de as portas serem abertas para visitação pública, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração em agradecimento ao trabalho da missionária.
A visitação pública começou às 12h30 e foi interrompida às 13h20 para a realização de uma missa reservada à família e amigos próximos. O velório foi comandado por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança na década de 1980, e está previsto para terminar hoje, segundo o "Portal RPC". O corpo de Zilda chegou ao Brasil às 3h30 de ontem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no velório por 45 minutos. Ele foi acompanhado pelos ministros Dilma Roussef e Alexadre Padilha, além dos senadores Suplicy e Ideli Salvatti.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) participaram da despedida. "A trágica morte de Zilda Arns nos deixa um exemplo de respeito pela atuação que ela teve ao longo da vida. Uma pessoa despojada de vaidades, voltada para as grandes causas sociais. A dona Zilda trabalhou para o Brasil e para a humanidade. Estamos aqui para trazer não apenas o nosso sentimento pessoal, mas de toda a Câmara dos Deputados do Brasil", afirmou Temer na cerimônia.
Requião afirmou que pediu pessoalmente a Lula que indicasse o nome de Zilda ao prêmio Nobel da Paz, mesmo após sua morte. "Sem dúvida nenhuma ele vai atender à solicitação", afirmou.
Outro pedido que o governador fez a Lula foi quanto à criação de um prêmio com o nome de Zilda Arns, a ser entregue a pessoas que se destaquem na luta contra a mortalidade infantil e materna.
O senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica, bastante abatido, falou rapidamente com a imprensa logo que chegou à sede do governo do Paraná. Ele disse que o que determinou sua morte foi um passo que Zilda deu no momento do tremor.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), também esteve no velório. "Se alguém no Brasil, individualmente, foi responsável pela queda da mortalidade infantil e pela vida de nossas crianças, foi a dona Zilda Arns. Ninguém, individualmente, fez mais que ela", afirmou.
Por diversos momentos Serra embargou a voz ao falar de Zilda Arns. Ele disse que o que mais o emocionou foi conhecer os netos da médica. "Todos os netos e netas dela queriam me conhecer porque tinham ouvido falar de mim pela avó", contou. Serra inaugura hoje um parque com o nome de Zilda.
O Vaticano enviou, ontem, uma mensagem de condolências a Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal emérito de São Paulo e irmão de Zilda. Por motivo de saúde, Dom Paulo Evaristo não participou do velório da irmã.
A notícia de que umas das milhares de vítimas do terremoto era Zilda Arns foi recebida com "viva dor" no Vaticano, diz a nota, assinada pelo cardeal dom Giovanni Battista, um dos principais assessores do papa Bento XVI. A mensagem destaca que a médica foi morta quando se empenhava na difusão da Pastoral da Criança no país.
CONTRATEMPOS
Médica precisou adiar viagem ao Haiti
A irmã Rosângela Maria Altoé afirmou que a expectativa da médica Zilda Arns com a viagem ao Haiti era grande, já que, desde agosto do ano passado, teve vários contratempos que a obrigaram a adiar algumas vezes o embarque.
A religiosa assessorou Zilda durante a viagem. Emocionada, Rosângela contou que ela estava feliz com o resultado da palestra, já que os presentes demonstraram muito interesse pelo trabalho das pastorais da Criança e do Idoso.
De acordo com ela, ao final da apresentação, a médica respondeu a várias perguntas de religiosos que participaram do evento. Enquanto Zilda conversava com o coordenador do evento, Padre William, a religiosa foi buscar o material da palestra e a bolsa da médica.
"Naquele momento, o prédio começou a balançar de um lado para o outro, eu ouvi um estrondo como se fosse uma bomba e em questão de 30 segundos, o prédio ruiu", relatou a irmã. Então, segundo a religiosa, subiu tanta poeira que a impedia de respirar. Segundo ela, uma laje que caiu a seu lado a impedia de ver o que estava acontecendo.
Ela contou também que saltou os escombros até chegar à rua, sem saber o que acontecia realmente. Ao chegar à rua, as pessoas lhe perguntavam por Zilda. A irmã ainda quis voltar ao prédio, mas viu que não tinha condição e ali entendeu que seria um milagre encontrar a médica viva.
"O que eu vi na rua nunca vou esquecer. Na escola ao lado do prédio eu ouvia gritos de crianças e via o desespero das mães procurando seus filhos. Foi aí que entendi o que havia acontecido", afirmou. Segundo a irmã, do momento em que ouviu o barulho até chegar à rua devem ter passado cinco minutos.
Curitiba. Cerca de 500 pessoas fizeram fila, ontem, para se despedir da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança. O corpo de Zilda, morta em terremoto no Haiti, foi velado no Palácio das Araucárias, em Curitiba. O caixão chegou coberto com uma bandeira do Brasil e permaneceu fechado durante todo o velório.
Antes de as portas serem abertas para visitação pública, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração em agradecimento ao trabalho da missionária.
A visitação pública começou às 12h30 e foi interrompida às 13h20 para a realização de uma missa reservada à família e amigos próximos. O velório foi comandado por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança na década de 1980, e está previsto para terminar hoje, segundo o "Portal RPC". O corpo de Zilda chegou ao Brasil às 3h30 de ontem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no velório por 45 minutos. Ele foi acompanhado pelos ministros Dilma Roussef e Alexadre Padilha, além dos senadores Suplicy e Ideli Salvatti.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) participaram da despedida. "A trágica morte de Zilda Arns nos deixa um exemplo de respeito pela atuação que ela teve ao longo da vida. Uma pessoa despojada de vaidades, voltada para as grandes causas sociais. A dona Zilda trabalhou para o Brasil e para a humanidade. Estamos aqui para trazer não apenas o nosso sentimento pessoal, mas de toda a Câmara dos Deputados do Brasil", afirmou Temer na cerimônia.
Requião afirmou que pediu pessoalmente a Lula que indicasse o nome de Zilda ao prêmio Nobel da Paz, mesmo após sua morte. "Sem dúvida nenhuma ele vai atender à solicitação", afirmou.
Outro pedido que o governador fez a Lula foi quanto à criação de um prêmio com o nome de Zilda Arns, a ser entregue a pessoas que se destaquem na luta contra a mortalidade infantil e materna.
O senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica, bastante abatido, falou rapidamente com a imprensa logo que chegou à sede do governo do Paraná. Ele disse que o que determinou sua morte foi um passo que Zilda deu no momento do tremor.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), também esteve no velório. "Se alguém no Brasil, individualmente, foi responsável pela queda da mortalidade infantil e pela vida de nossas crianças, foi a dona Zilda Arns. Ninguém, individualmente, fez mais que ela", afirmou.
Por diversos momentos Serra embargou a voz ao falar de Zilda Arns. Ele disse que o que mais o emocionou foi conhecer os netos da médica. "Todos os netos e netas dela queriam me conhecer porque tinham ouvido falar de mim pela avó", contou. Serra inaugura hoje um parque com o nome de Zilda.
O Vaticano enviou, ontem, uma mensagem de condolências a Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal emérito de São Paulo e irmão de Zilda. Por motivo de saúde, Dom Paulo Evaristo não participou do velório da irmã.
A notícia de que umas das milhares de vítimas do terremoto era Zilda Arns foi recebida com "viva dor" no Vaticano, diz a nota, assinada pelo cardeal dom Giovanni Battista, um dos principais assessores do papa Bento XVI. A mensagem destaca que a médica foi morta quando se empenhava na difusão da Pastoral da Criança no país.
CONTRATEMPOS
Médica precisou adiar viagem ao Haiti
A irmã Rosângela Maria Altoé afirmou que a expectativa da médica Zilda Arns com a viagem ao Haiti era grande, já que, desde agosto do ano passado, teve vários contratempos que a obrigaram a adiar algumas vezes o embarque.
A religiosa assessorou Zilda durante a viagem. Emocionada, Rosângela contou que ela estava feliz com o resultado da palestra, já que os presentes demonstraram muito interesse pelo trabalho das pastorais da Criança e do Idoso.
De acordo com ela, ao final da apresentação, a médica respondeu a várias perguntas de religiosos que participaram do evento. Enquanto Zilda conversava com o coordenador do evento, Padre William, a religiosa foi buscar o material da palestra e a bolsa da médica.
"Naquele momento, o prédio começou a balançar de um lado para o outro, eu ouvi um estrondo como se fosse uma bomba e em questão de 30 segundos, o prédio ruiu", relatou a irmã. Então, segundo a religiosa, subiu tanta poeira que a impedia de respirar. Segundo ela, uma laje que caiu a seu lado a impedia de ver o que estava acontecendo.
Ela contou também que saltou os escombros até chegar à rua, sem saber o que acontecia realmente. Ao chegar à rua, as pessoas lhe perguntavam por Zilda. A irmã ainda quis voltar ao prédio, mas viu que não tinha condição e ali entendeu que seria um milagre encontrar a médica viva.
"O que eu vi na rua nunca vou esquecer. Na escola ao lado do prédio eu ouvia gritos de crianças e via o desespero das mães procurando seus filhos. Foi aí que entendi o que havia acontecido", afirmou. Segundo a irmã, do momento em que ouviu o barulho até chegar à rua devem ter passado cinco minutos.
fonte-DN
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