28 de dezembro de 2009

Movimento quer Ciro como vice

Os petistas não querem digerir Michel Temer como companheiro de chapa de Dilma Rousseff

A consolidação da aliança do PT com o PMDB na sucessão presidencial de 2010 esbarra não apenas nos complicados arranjos regionais de poder. O suspense em torno de uma possível candidatura de Ciro Gomes (PSB) à Presidência divide alas do PT.
Parte expressiva do partido ainda não digere a provável indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), à Vice-Presidência na chapa liderada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e, paralelamente, os petistas não creem na disposição de Ciro em se lançar candidato ao governo de São Paulo.
Ciro candidato a presidente ou a vice de Dilma são os cenários que perseguem as mentes petistas. "Existe, sim, um movimento dentro do PT para puxar o Ciro para a vice´´, afirma um dirigente petista. "O Ciro quer ser candidato à Presidência. Ele acha que tem espaço para isso. O PSB não está discutindo a vice´´, avisa o senador Renato Casagrande (ES), secretário nacional do PSB.
Os movimentos recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do pré-candidato Ciro Gomes no jogo sucessório - que causaram polêmica nas últimas semanas- não podem ser entendidos como acaso, tampouco deslize, dizem dirigentes petistas. Lula, ao afirmar que a escolha do vice é como casamento e, por isso, caberá a Dilma "escolher´´ o nome do noivo dentro de uma lista tríplice.
"Dentro do PT há uma avaliação generalizada de que desequilibramos demais a relação com o PMDB no segundo mandato, após a crise. Lula, agora, deu um recadinho ao PMDB´´, confidenciou um membro da cúpula petista.
Por outro lado, quando Ciro ataca a aliança PT-PMDB, age não somente em causa própria, mas também em sintonia com o Planalto, que acha necessário pôr freios no apetite peemedebista. O que Ciro quer é se manter em evidência, concordam as cúpulas de PT e PSB. Mas, para se manter pré-candidato, depende de bons resultados nas pesquisas. Enquanto isso, dá estocadas no PMDB e aumenta o número de amigos no PT.
Enquanto segmentos do PT não desistem de lançar Ciro como o candidato a vice na chapa de Dilma, a realidade obriga os petistas a manter os pés no chão.

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