Grupo armado das Farc invadiu a residência de Luis Francisco Cuellar, matou um segurança e sequestrou o político
Bogotá. O governador colombiano Luis Francisco Cuéllar, que havia sido sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), foi encontrado morto ontem. Seu corpo foi achado baleado e rodeado de explosivos em Sebastopol, zona rural próxima da capital de Caquetá, Florência, departamento que governava.
O sequestro de Cuéllar, o mais importante desde a posse do presidente Álvaro Uribe, comoveu a Colômbia. Numa ousada ação, cerca de 15 homens com uniformes militares explodiram a porta da residência do governador e mataram um segurança antes de fugir com o político. Dois policiais foram feridos.
Uribe ordenou uma operação militar para resgatar Cuéllar e os demais sequestrados da guerrilha, espalhando temor entre familiares que temiam pelas vidas dos reféns. Bogotá chegou a oferecer uma recompensa de US$ 500 mil por informações sobre o caso.
Segundo o secretário de Governo da região, Edilberto Ramón Endo, que confirmou a morte do governador, o político sofria ameaças há tempos e já havia pedido maior proteção. Cuéllar, que faria 69 anos ontem, era um rico fazendeiro e já havia sido sequestrado outras quatro vezes - pagou resgate- antes de ser eleito governador em 2008, pela centrista Aliança Social Indígena (ASI).
O ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva, afirmou que as autoridades estavam alertas há dias sobre um possível ataque terrorista na região de Caquetá.
A mulher dele, Imelda Galindo, implorou aos prantos que não matassem o seu marido. Segudo ela, o governador tinha problemas na coluna e caminhava com dificuldades.
A captura do governador causou comoção no país que acompanha o drama de 23 sequestrados, entre militares e policiais, que a guerrilha quer trocar por rebeldes presos.
A ação ocorreu dias após o governo colombiano dar o sinal verde à operação para libertar dois militares - Pablo Moncayo e José Líbio Martínez - presos há 12 anos. As Farc ofereceram soltá-los unilateralmente em abril.
O pai de Pablo, Gustavo Moncayo, fez um apelo: "Espero que o governo Uribe não recue da decisão de autorizar a operação. Seria terrível´´.
A guerrilha das Farc é o principal grupo insurgente do país e alvo da maior parte da ação militar do governo do presidente Alvaro Uribe - que conseguiu enfraquecer o movimento nos últimos meses com a morte e captura de vários nomes do alto escalão do grupo.
Atualmente, as Farc mantêm em cativeiro 24 militares e policiais, alguns há mais de dez anos. A meta é trocar pelo menos 22 deles por 500 rebeldes presos - proposta que o presidente já anunciou que não aceita.
Uribe, que liderou uma grande campanha militar contra as Farc, não falou em nenhum momento em negociar com os militantes. "Estes mesmos bandidos que conseguem apoio internacional para validar seu terrorismo na Colômbia. Estes mesmos bandidos que ofereceram libertar (o sargento Pablo Emílio) Moncayo e a outro dos reféns e quando o governo deu todas as garantias, todos os requisitos dos terroristas, não os libertam", criticou o presidente.
Na semana passada, as Farc anunciaram uma união tática com a segunda guerrilha do país, o Exército de Libertação Nacional, para fazer frente ao governo da Colômbia. O governo leu a união como sinal de debilidade.
23 de dezembro de 2009
Governador é achado morto na Colômbia
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