25 de outubro de 2009

Palanques regionais acirram disputa

O quadro de incerteza da sucessão nacional começa a contaminar os palanques regionais, onde a cada dia se acirram mais os conflitos entre caciques locais, seja da base governista ou da oposição. O resultado é a indefinição generalizada nos estados, com negociações sendo adiadas para o ano que vem. Como o PT já mostrou disposição de garantir a todo custo o apoio do PMDB à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, os candidatos petistas serão os mais sacrificados para ceder espaço a nomes peemedebistas.
Na base do governo, a principal indefinição é motivada pela possibilidade de mais de uma candidatura aliada, já que o PSB tenta consolidar o nome do deputado e ex-ministro Ciro Gomes. No Ceará, Ciro garante que o palanque do irmão, o governador Cid Gomes (PSB), é só dele. Por isso a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), ameaça lançar um candidato e assegurar palanque para Dilma. "A Luizianne tem dito que, se eu for mesmo candidato, o PT terá candidatura própria ao governo. Mas o quadro eleitoral nos estados só vai ser definido em maio do próximo ano. Isso porque as pessoas querem ver primeiro a variável nacional", avalia Ciro, repetindo a todo momento que não vai desistir de sua candidatura a presidente.
Na oposição, o principal nome da disputa presidencial, o governador José Serra (PSDB-SP), está sendo pressionado a decidir até janeiro. A demora angustia não só o outro pré-candidato do PSDB, Aécio Neves (MG), mas tucanos país afora, além de dirigentes e líderes do DEM, principal aliado dos tucanos. Até políticos mais moderados e cautelosos alertam para o risco de a oposição perder o tempo das decisões. "Se não resolver logo a aliança nacional, um projeto muito bom pode não engrenar", alerta o senador Marco Maciel (DEM-PE), que pode integrar uma coligação branca com o PMDB para lançar a candidatura dissidente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), ao governo de Pernambuco.
O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), é mais categórico. Para ele, "no momento em que há indefinição no plano nacional, os estados vão assumindo compromissos e fechando alianças". Mesmo cientes das dificuldades para a definição dos palanques regionais, os aliados de Serra preferem o discurso cauteloso do governador. "O Serra, parado, está andando", afirma o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP).


fonte dn

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