Varejo cearense registra alta de 3,9% nas vendas

Após uma baixa de 7,6% em abril, as vendas do comércio varejista ampliado - que inclui os segmentos de material de construção e veículos, motocicletas, partes e peças - voltaram a crescer em maio, impulsionadas pelo Dia das Mães e pelos preparativos para as festas juninas. No quinto mês do ano, houve crescimento de 3,9% na comparação com igual mês de 2016, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço foi liderado pelo grupo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com variação de 22,8% em maio ante igual mês do ano anterior. Em seguida ficou o segmento de material de construção, com alta de 17,2%. Além desses dois, outros seis grupos dos 10 levantados pelo IBGE apresentaram resultados positivos em maio ante igual mês do ano anterior.

Outros acréscimos expressivos foram observados em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (15,8%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,7%) e veículos, motocicletas, partes e peças (10,2%). Papelaria (3,4%), tecidos, vestuário e calçados (1%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%) completam as altas mensais. Apresentaram retração apenas os segmentos de combustíveis e lubrificantes (-25,4%) e móveis e eletrodomésticos, com queda de 4,8%.

Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Severino Neto, o varejo se vê otimista diante dos números. "A partir do momento em que deixa de estar negativo, é o primeiro ponto para voltarmos a crescer", destaca, reiterando, entretanto, que "ainda há muitos problemas", como "a pouca disponibilidade de crédito e juros altos".

Entretanto, Neto acredita que a economia vem se restabelecendo aos poucos, "muito lentamente", mas "melhorando ao passo que os cenários político e econômico do País vem se descolando um do outro".

De acordo com presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, os dados de maio já eram esperados, levando em consideração datas importantes para o comércio como o Dia das Mães e ainda o início da preparação para as festas juninas.

Dessa forma, ele avalia ainda que o sexto mês deste ano também deve ser de bons números para o varejo no Ceará, ainda em decorrência dos festejos. Julho, por sua vez, terá como fatores de impulso as férias e a alta estação.

Em contrapartida, em agosto o crescimento não deve ser tão expressivo. "Agosto não deve ter um avanço tão intenso nas vendas como o que foi observado em maio e julho. O Dia dos Pais não é visto como um evento que alavanque tanto as vendas". Ele relembra ainda sobre o feriado do dia 15 de agosto, que representa um dia a menos de vendas para o comércio, caso o varejo da Capital não abra.

Ainda assim, o mês que vem é visto por ele como uma preparação para o período conhecido como "b-r-o-bró", últimos meses do ano e que geralmente concentram a maior parte das vendas do segundo semestre do ano.

Apesar do avanço observado nas vendas do varejo ampliado em maio, as taxas nos primeiros cinco meses e em 12 meses ficaram em -3% e em -6,6%, respectivamente, segundo o IBGE.

Receita nominal

Em consonância com o resultado nas vendas do varejo ampliado, a receita nominal também apresentou alta de 4,7% em maio deste ano ante maio de 2016. Contudo, o acumulado de janeiro a maio ainda é negativo em 0,9% e a taxa anualizada ficou em -0,4%.

Brasil

No País, as vendas do varejo ampliado também apresentaram crescimento em maio deste ano. Houve alta de 4,5% ante igual mês do ano anterior, com destaque para os segmentos de móveis e eletrodomésticos (13,8%) e material de construção, com alta de 9,3%.[

DN