14 de novembro de 2014

Empresas investigadas têm contratos bilionários com a Petrobras

Coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal explica a sétima fase da Operação Lava Jato (Foto: Adriana Justi/G1)Apenas com a Petrobras, empresas têm contratos que somam R$ 59 bi.
A Lava Jato  foi desencadeada em março deste ano e revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Ao todo, devem ser cumpridos 85 mandados em cidades do Paraná, 
Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações. Já haviam sido presos o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa e o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema. Costa cumpre a prisão em domicílio no Rio de Janeiro e o doleiro está preso na sede da PF, em Curitiba."Nós trabalhamos desde o começo com foco específico na atuação de doleiros, no processo de movimentação financeira de dinheiro de recursos de origem ilícita focado nos doleiros e na lavagem desses ativos. A investigação vem avançando e completa na segunda-feira (17) oito meses. A fase desta sexta-feira tem o objetivo de buscar mais elementos de algumas empresas envolvidas, empresas para as quais os elementos de provas colhidos até agora são bem robustos", acrescentou Igor de Paula.
Até as 11h, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão – em residências e escritórios de advocacia – quatro de prisão preventiva, 14 de prisões temporárias e seis de condução coercitivas.
Nesta fase, 27 pessoas devem ser presas, segundo a PF. Entre as prisões já realizadas está a do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Indicado pelo PT para o cargo de alto escalão, ele foi preso em sua residência, no Rio de Janeiro, e conduzido para a superintendência local da PF. Há ainda as prisões de funcionários de, ao menos, nove empresas: Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, UPC, Engevix, Iesa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Mendes Júnior. Todos devem ser encaminhados para a Polícia Federal em Curitiba.
As prisões foram direcionadas aos executivos das empreiteiras, que participaram dos contratos. “As pessoas investigadas tinham o hábito de dormir em hotéis, em outros apartamentos. Eles tinham a intenção de ficar fora de casa, temendo que essa a operação fosse realizada”, disse Igor de Paula. Conforme o delegado, houve também a prisão de alguns agentes secundários, suspeitos de envolvimento no transporte de valores para doleiros e no processo de lavagem de ativos.
Em Curitiba, são dois mandados de busca e apreensão e um de prisão prisão preventiva, direcionado a um empresário de uma das empresas investigadas. Os mandados de busca foram cumpridos, já o de prisão está em aberto porque o empresário não foi localizado. A polícia não divulgou o nome deste empresário e nem qual seria o envolvimento dele nos esquemas investigados pela Lava Jato.
A ação conta com 300 policiais federais, com apoio de 50 servidores da Receita Federal. A Lava Jato também desbaratou crimes de evasão de divisas e pagamento de propinas que operava inclusive dentro da Petrobras.
Na última terça-feira (12), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que, ao menos, nove pessoas já concordaram em colaborar com as investigações da Operação Lava Jato com a delação premiada. Além disso, outras já se interessaram em apontar nomes de envolvidos e fatos relacionados ao suposto esquema de pagamento de propina a políticos a partir de contratos da Petrobras, foco da investigação.

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