10 de setembro de 2014

Divergência sobre BC faz Dilma e Marina terem dia mais duro de embate

As candidatas à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) tiveram ontem o confronto mais ríspido desde o início da campanha eleitoral. O motivo é a polêmica proposta de Marina de garantir autonomia legal ao Banco Central. A ex-senadora usou uma praça da Grande Belo Horizonte para rebater ontem ataques da campanha de Dilma, que começou a afirmar na TV que a ex-ministra dará “mais poder aos bancos” caso seja eleita.
“Ela (Dilma) disse que ia ganhar para baixar os juros. Nunca os banqueiros ganharam tanto como no seu governo. E agora, eles que fizeram o ‘bolsa empresário’, o ‘bolsa banqueiro’, a ‘bolsa juros altos’, estão querendo nos acusar de forma injusta em seus programas eleitorais”, afirmou, repetindo uma expressão (“bolsa banqueiro”) que era usada pelo candidato do Psol à Presidência em 2010, Plínio de Arruda Sampaio (1930-2014).
Em resposta, Dilma fez uma dura provocação contra sua adversária Marina Silva, ao disparar que é não apoiada nem sustentada por banqueiros. “Não adianta querer falar que eu fiz bolsa banqueiro. Eu não tenho banqueiro me apoiando. Eu não tenho banqueiro, você entende, me sustentando”, disse Dilma.
A presidente fez uma referência indireta a uma das coordenadoras do programa de Marina, Maria Alice Setubal, uma das principais interlocutoras da presidenciável.
Herdeira do banco Itaú, Neca, como é conhecida, doou cerca de R$ 1 milhão em 2013 ao instituto que Marina fundou para desenvolver projetos de sustentabilidade. Dilma não respondeu se há interferência de seu governo no Banco Central. Ela defendeu o texto de sua propaganda contra Marina.
“O Banco Central, como qualquer outra instituição não é eleito por tecnocrata nem por banqueiros. O Banco Central é indicado sua diretoria por quem tem voto direto. E o que o Congresso faz com o Banco Central? Chama e manda prestar contas”, afirmou.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2014/09/10/noticiasjornalpolitica,3312203/divergencia-sobre-bc-faz-dilma-e-marina-terem-dia-mais-duro-de-embate.shtml

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