5 de maio de 2014

Como administrar o dinheiro em um relacionamento

Dentre os diversos motivos que podem levar um casal à separação estão as brigas por dinheiro, causadas, por exemplo, pela divergência de prioridades da família ou por gastos excessivos de uma das partes. Assim como em praticamente tudo em uma relação, a administração da renda familiar requer planejamento, cumprimento de metas e, sobretudo, que ambos saibam ceder. Para Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em gestão financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma das maneiras para diminuir conflitos é permitir que cada um dos cônjuges tenha o seu próprio dinheiro, para gastar como quiser, mesmo que apenas um deles tenha renda. “Ambos devem separar uma parte para que cada um tenha o seu gasto próprio. Sabendo que se quiser gastar com a casa será uma opção individual. O importante é preservar a independência de cada um”, ele diz. “E quando acontece de um dos dois não trabalhar, o ideal é que o outro lhe dê uma quantia para que aquele possa gastar como achar melhor”.
Teixeira recomenda que antes de calcular o orçamento familiar, o casal faça o abatimento relativo aos gastos individuais, deixando sempre uma sobra para as adversidades, como problemas de saúde, acidente de carro, ou para um plano de previdência. “O orçamento da casa será a soma do que cada um ganha menos o que foi tirado para si, além da sobra para as imprevisibilidades”.
Ele diz que um dos erros mais frequentes cometidos pelos casais é estipular o orçamento no limite da renda familiar, o que pode acabar gerando endividamento. “Aí qualquer gasto extra desorganiza o orçamento e gera desgaste entre o casal”, ele diz. “O casamento de certa forma é um contrato em que a gente abre mão de muita coisa. E, em alguns casos, é preciso abrir mão de um padrão desejado, para um padrão mais baixo”.
 Infidelidade financeira

Segundo a educadora financeira Louise Porto Freire, outro motivo de briga entre casais é o que ela chama de “infidelidade financeira”. A infidelidade ocorre quando um dos dois gasta mais do que o combinado e passa a esconder as dívidas.  “Aí quando não dá mais para esconder começam as brigas”. Ela diz que é comum que mulheres extrapolem comprando roupas enquanto os homens se excedem com os amigos, pagando contas em bares ou restaurantes. “Conflito sempre vai haver. É preciso definir a responsabilidade de cada um nas despesas da casa”.

Para as despesas domésticas, é recomendável que o casal abra uma conta conjunta, sem que cada um deixe de ter a sua conta individual, “por mais que o casal se ame”, diz Teixeira. Além disso, Louise ressalta que ter uma conta conjunta permite que o casal possa negociar com o banco melhores condições para fazer aplicações financeiras do que teriam com em contas individuais.Por outro lado, se é comum que dificuldades financeiras causem separações, Ricardo Teixeira diz que há casos em que ela pode segurar o casamento, quando, por exemplo, um dos dois entende que a sua condição ficará ainda pior se estiver sozinho.
“Há casais que permanecem unidos justamente por conta das adversidades, e um dos dois acaba ficando preso ao casamento quando a situação financeira piora”. Para ele, a principal dica para não gerar conflitos por causa de dinheiro é mesma para qualquer situação entre um casal. “O mais importante é que os dois queiram que a relação dê certo”.
 Dicas

 1. Reservar valores mensais para que cada um possa fazer gastos individuais, sem interferência do outro, mesmo que só um dos dois tenha renda. 2. O casal deve planejar o orçamento familiar junto. 3. Separar uma quantia mensal para gastos com adversidades. 4. Estabelecer e cumprir as metas. 5. Saber ceder nos momentos de adversidades. 6. Abrir uma conta conjunta para as despesas domésticas.

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