25 de maio de 2014

Bancos apostam em produtos para captar a clientela jovem

Não estranhe quando o filho de seu vizinho, de 16 anos, disser que já tem um cartão de crédito. Ou se seu sobrinho, que acabou de completar 18 anos, falar que a conta bancária dele anda no vermelho. Hoje em dia, ter um cartão de crédito ou abrir uma conta corrente não é mais exclusividades dos adultos. De acordo com pesquisa realizada, em 2013, pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, mais de 40% dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos são correntistas, e 26% já fazem uso do conhecido dinheiro de plástico.
ngcObviamente, que quem está inserido nessa faixa etária não possui muitas garantias a oferecer na hora de acessar esses produtos e serviços, mas isso não significa, explicam os especialistas, que esses jovens não sejam um público em potencial. Mais informados, conhecedores e usuários de tecnologia e cada vez mais cedo presentes no mercado de trabalho, não é de se estranhar o acesso precoce ao universo das finanças.
Potencial de consumo
Sem contar o padrão de consumo do público que vai dos 16 aos 24 anos de idade e que dia após dia cresce e se diversifica. Independentemente do estilo, é ponto pacífico que os jovens brasileiros, sobretudo da classe média, nunca tiveram tanto dinheiro na mão. E eles consomem mesmo. Principalmente peças de vestuário e alimentação.
 
De acordo com o mais recente estudo "Perfil de Endividamento do Consumidor de Fortaleza", divulgado na última quarta-feira, 21, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), 44,32% e 38% dos jovens entre 18 e 24 anos que assumiram dívidas na Capital cearense neste mês, respectivamente, gastaram com roupas e alimentos.
Seguido de categorias como eletrodomésticos (30%) e eletrônicos (18,6%), revelando, dessa forma, que cada vez mais os adolescentes dão palpites ou desembolsam em produtos comuns da casa, principalmente na área tecnológica. Comportamento que salta - e não poderia deixar de ser - aos olhos de bancos e do comércio varejista.
Mercado diversifica
Para se ter uma ideia, atualmente, todos os bancos de varejo que operam em território nacional oferecem, por exemplo, as chamadas contas universitárias, feitas especialmente para o público mais jovem.
E as ofertas não param por aí: cheque especial, poupança e mais uma infinidade de produtos são lançados um atrás do outro na tentativa de fisgar de vez essa turma.
No entanto, alerta quem entende do assunto, é preciso ter cuidado quando a questão é o uso do crédito - via cheque especial, cartões, financiamentos em lojas e empréstimos bancários - pois as ofertas no mercado são muitas e o risco de endividamento, igualmente, é grande.
Não é à toa o crescimento da oferta de programas de educação financeira voltados para crianças e adolescentes e o esforço empenhado por quase todos os bancos que operam no Brasil em dar, ao mesmo tempo que procuram atrair e fidelizar esse público, orientação sobre consumo e crédito responsáveis.
Neste cenário, completam os especialistas na área, o papel dos pais também é fundamental, a fim de que seja garantida uma relação saudável com o novo mundo do qual os jovens passaram a fazer parte.

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