11 de janeiro de 2014

Projeto de R$ 870 mi para Itataia tem protocolo assinado

Documento prevê a geração de 800 postos diretos e foi acordado entre governo estadual e consórcio Sta. Quitéria
Descoberta em 1975, a mina de Itataia - única mina de urânio conhecida no Ceará - está mais próxima de tornar-se realidade, segundo indica a assinatura do protocolo de intenções para a instalação de todo o site do empreendimento que ocorreu na última quarta-feira (8) entre o governo do Estado e o consórcio Santa Quitéria - responsável pela extração, industrialização e comercialização do escavado na jazida. No documento, o investimento - antes estimado em R$ 750 milhões - foi corrigido e chega a R$ 870 milhões.

Além das 1,6 toneladas de urânio que vão alimentar usinas nucleares brasileiras, mina cearense deve produzir para fertilizantes e ração animal.

Os recursos, de acordo com informações cedidas com exclusividade ao Diário do Nordeste pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede), devem ser parte aplicados pelo poder estadual em obras de infraestrutura e parte captados pela Galvani e pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) - sócias no consórcio - junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Quanto cada uma delas será responsável de captar, no entanto, não foi revelado pelas empresas.

Valor e produção
Estimado pelas empresas em dólar, o valor do projeto foi alterado por conta da correção da moeda nos últimos meses e, também, pelo aumento do previsto na produção, conforme informou a Galvani.

Com o urânio associado ao fosfato, a mina tem vocação para produção de fertilizantes e deve, depois da revisão final, fabricar 1,6 toneladas de urânio por ano para as usinas nucleares brasileiras de Angra II e Angra III (ainda em construção).

No que diz respeito aos fertilizantes, devem sair anualmente de lá 810 mil toneladas de fertilizantes granulado, além de 640 mil t de fosfato bi-cálcio; 800 mil t de rocha fosfáltica, 970 mil t de ácido sulfúrico e 240 mil t de ácido fosfórico para o uso em ração animal. "Esse investimento consolida uma vocação antiga daquela região, que é a extração de minérios. Quando a mina estiver operando, vai fortalecer a economia local e regional, agregando valor à cadeia produtiva. Teremos impacto positivo tanto no setor agroindustrial, como de logística e transporte", destaca o titular do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico, Alexandre Pereira.

Empregos e mais benefícios
Localizada entre os municípios de Santa Quitéria, Itatira e Madalena, a mina ainda deve empregar 800 pessoas diretamente e mais 3 mil indiretamente a partir de um lucro anual previsto de R$ 1 bilhão. Para a fase de implantação a previsão é de 1,8 mil postos de trabalho.

Com vistas em beneficiar o empreendimento, mas levando desenvolvimento também para a região, o governo do Estado promete, conforme sinaliza em um memorando de entendimento com o consórcio Santa Quitéria, construir uma via de acesso entre a mina e a rodovia CE-020 e construir uma adutora de 42 quilômetros entre o açude Edson Queiroz e a lagoa do Mato, onde deve ser construído o site de mineração de Itataia.

"Essa vitória é importante para consolidar a nossa luta pela exploração da Mina de Itataia, beneficiando uma das regiões mais carentes e mais pobres do estado do Ceará", destaca o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE), um dos principais articuladores do projeto.

Licenciamento e operação
O projeto que prevê uma edificação de 61,25 mil metros quadrados em uma área total de 40,42 milhões de metros quadrados na área, porém, aguarda a análise do EIA/Rima pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Os detalhes do documento já protocolado, conforme garante a Galvani, deve ser entregue ao órgão até o fim deste mês.

Perguntados sobre a expectativa das datas, a empresa respondeu que espera a realização da audiência pública com a comunidade e a emissão da Licença Prévia ainda no primeiro semestre, e a Licença de Operação - a qual autoriza o início das obras - até o fim de 2014.

Assim, a data anunciada anteriormente pelo consórcio deve ser mantida em 2017. Isso caso o licenciamento siga sem grandes correções para o projeto.

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