5 de dezembro de 2013

Dirceu desiste de emprego em hotel de Brasília

Confederação ofereceu emprego ao ex-ministro, Genoino e Delúbio com salários de R$ 508.


A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu anunciou que ele desistiu do emprego oferecido pelo hotel Saint Peter, em Brasília. Em nota divulgada nesta quinta-feira (5), os advogados afirmaram que "o clima de linchamento midiático instalado contra José Dirceu e contra a empresa" fez o ex-ministro abrir mão da proposta.
Segundo os advogados, a proposta de emprego no hotel foi tratada pela imprensa como "uma farsa'' para impedir que o ex-ministro possa trabalhar".
Dirceu seria contratado para trabalhar como gerente administrativo do hotel, e deveria receber salário de R$ 20 mil. O horário de trabalho seria das 8h às 17h, com uma hora de almoço. Na ficha de solicitação de emprego, Dirceu disse que se candidatou ao emprego "por necessidade e por apreciar hotelaria e a área administrativa".
Na nota, a defesa de Dirceu reafirmou que a proposta de emprego seguiu todas as formalidades previstas na legislação, como carteira assinada. Segundo os advogados, a proposta foi tratada pela imprensa como "uma farsa'' para impedir que o ex-ministro possa trabalhar.
Segundo a defesa, Dirceu tem direito a trabalhar e a ficar em um presídio com condições dignas de higiene e de segurança. "Não se busca privilégio, apenas o cumprimento da lei. Mas José Dirceu não considera justo que outras pessoas, transformadas em alvo de ódio e perseguição exclusivamente por gesto de generosidade, estejam obrigadas a partilhar da sanha persecutória que se abate contra ele. Por isso, renuncia à oferta de emprego do Hotel Saint Peter e agradece a boa vontade de seus proprietários", afirmou a defesa.
Confederação envia proposta de emprego para petistas condenados
O presidente da Confederação Elo Social Brasil, Jomateleno dos Santos Teixeira, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um documento oferecendo empregos para o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o para o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares.
Eles seriam contratados pelo mínimo que um presidiário pode ganhar quando obtém na Justiça o direito de trabalhar fora do presídio --R$ 508,50. Para Dirceu foi oferecido um emprego de assistente administrativo. Genoino foi convidado para costurar bolas de futebol e Delúbio seria assistente de marcenaria.
De acordo com o documento, não seria possível se alocar Delúbio numa posição administrativapois ele não se mostrou confiável trabalhando com finanças quando foi tesoureiro do PT. Todos trabalhariam numa cooperativa numa chácara de uma cidade satélite de Brasília que, segundo Teixeira, conta com 80 reeducandos em atividade.
Teixeira esclareceu que sua confederação faz este tipo de proposta para todos os presos do Brasil. "Qualquer um que quiser terá emprego na cooperativa", disse.
Presidente afirma que não houve contato prévio
Por isso, não houve nenhum tipo de contato prévio entre ele e os três condenados ou seus advogados. Teixeira, que é advogado e está com sua inscrição suspensa pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), foi preso em 2003 acusado de se passar por um delegado de polícia.
Ele abriu e manteve em funcionamento por cerca de nove meses a chamada Delegacia Cidadã, em São Paulo. Na ocasião ele foi acusado de receber vítimas de crimes e cobrar taxas para acelerar investigações. Sua equipe de investigação era formada por 26 réus processados pelas infrações mais variadas.
De acordo com Teixeira, após responder a processo ele foi inocentado e tudo não passou de uma perseguição política por ele ter denunciado máfias e governadores.

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