30 de novembro de 2013

Preço da gasolina sobe 4%; Diesel 8%

Os novos preços passam a valer a partir de hoje nas refinarias. Para o consumidor a previsão é que o litro da gasolina fique perto dos R$ 3.
Depois de segurar ao máximo o reajuste nos preços dos combustíveis para evitar o aumento da inflação, a Petrobras anunciou ontem a elevação do preço da gasolina (4%) e diesel (8%) a partir de 0 hora de hoje. Ainda não se sabe exatamente quais os preços que serão cobrados diretamente ao consumidor mas se forem repassados os 4% na bomba, no caso da gasolina, o preço do litro chegaria a R$ 2,96, considerando o preço médio atual de R$ 2,84.

"Qualquer coisa que dissermos agora será especulação, suposição, nada com clareza", afirma o assessor de economia do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Ceará (Sindipostos), Antônio José Costa, ressaltando que o mercado é livre e as companhias podem não repassar todo o percentual de aumento, assim como os próprios postos de combustíveis, temendo forte queda no consumo. "A tendência é que suba entre 3% e 3,5%", diz.

E adianta que o aumento, em geral, não deverá ser de imediato. "Acredito que a maioria deverá reajustar seus preços ao longo da semana mas pode haver aumentos pontuais neste fim de semana", afirma, observando que hoje já é possível encontrar gasolina ao preço de R$ 2,95 em Fortaleza e de R$ 3,15 no Interior do Estado.

Ao prorrogar a reunião que definiria esse reajuste do último dia 22 de novembro para ontem, o governo conseguiu reduzir o impacto do aumento da gasolina sobre os preços, uma vez que o período de coleta de informações pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro terminou na última quarta-feira.

A economista do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Cristina Lima, afirma que o impacto imediato será no bolso do consumidor que sentirá o efeito do combustível mais caro na bomba. Mas na inflação de novembro, que será divulgada na próxima semana não será possível captar nada. Ela explica que o aumento dos combustíveis só vai influenciar mesmo na inflação de dezembro. O impacto indireto será empurrado para 2014. "Afeta toda a cadeia produtiva", diz o diretor da BFA, economista Célio Fernando.

Análise
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, avalia que o mercado ficou frustrado porque o reajuste ficou muito aquém do esperado. "A expectativa era de 6% (gasolina) e 10% (diesel)". O especialista informa que a defasagem dos preços no Brasil, em relação ao mercado internacional era de 15% para a gasolina e 20% para o diesel.

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