11 de junho de 2013

Possível assédio de tucano a Eunício gera especulação

O presidenciável Aécio Neves teria sondado Eunício Oliveira sobre aliança no Ceará, onde entraria como candidato ao Senado o tucano Tasso Jereissati.

Uma nota publicada na coluna Direto de Brasília, do Jornal O Estado de São Paulo, edição deste domingo (9), sobre as eleições 2014 no Ceará, gera especulação, questionamentos e reafirma, principalmente, a arte do possível e o dinamismo na política.
A nota, com o título "Assédio", escrita pelo jornalista João Bosco Rabello, revela que o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, teria conversado com o senador Eunício Oliveira, pré-candidato ao Governo do Estado, para sondá-lo sobre uma possível aliança com o PMDB.
Segundo o colunista do Jornal O Estado de São Paulo, "Aécio Neves sondou Eunício Oliveira (PMDB) sobre aliança com o PSDB do Ceará, o que levaria de volta ao Senado, Tasso Jereissati". A notícia tem várias interpretações e provoca rebuliço.
Uma das vertentes nessa interpretação aponta que, na política, tudo é possível. Há, porém, um componente que, no cenário atual, torna essa hipótese menos remota: a aliança do PT com o PMDB.
Se mantida a coligação com os nomes de Dilma Rousseff (presidente) e Michel Temer (vice-presidente), torna-se pouco provável a saída de algum peemedebista – como Eunício Oliveira, por exemplo, se indicado candidato, do palanque com o PT. Afinal, os candidatos a governador dessa aliança levam a vantagem da presença de Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva.
Outro componente para fortalecer esse argumento acima, na opinião de dirigentes partidários, é a linha dura de oposição feita pelo PSDB ao Governo Dilma Rousseff. Ou estaremos naquela de que, nos estados, as circunstâncias locais irão se sobrepor aos interesses maiores do casamento entre PMDB e PT.
A notícia sobre o possível assédio de Aécio a Eunício vem uma semana após a Folha de São Paulo publicar, na coluna Painel, uma informação de que o peemedebista havia conversado com o ex-senador Tasso Jereissati que, em 2014, pretende concorrer ao Senado. Entre tucanos próximos a Tasso, a conversa até aquele momento não existiu.
As duas notícias deixaram no ar, também, uma pergunta: por quais razões Eunício Oliveira estaria abrindo as portas para essas conversas? Seria uma alternativa para dizer ao grupo do governador Cid Gomes (PSB) que outras opções de alianças existem? São duas perguntas que circulam nos bastidores.
Eunício tem dito, porém, que segue a orientação do Governador Cid Gomes e se coloca como o pré-candidato mais preparado para sucedê-lo. No caminho de Eunício, tem pré-candidatos bem identificados com os irmãos Cid e Ciro Gomes: Leonidas Cristino, atual ministro dos Portos. Homem de confiança dos irmãos Ferreira Gomes.
A relação de confiança foi testada e aprovada quando recebeu a missão de exercer mandato de deputado federal, prefeito e atualmente ministro dos Portos. Outro nome dentro do núcleo mais próximo a Ciro Gomes: Mauro Filho, atual secretário da Fazenda.
Dentro do PMDB, o vice-governador Domingos Filho trabalha para se viabilizar candidato ao Governo do Estado. O poder de articulação o coloca sempre como homem de bom trânsito junto aos irmãos Cid e Ciro e aos aliados e opositores ao Governo.
Dessa oposição, não entram os principais dirigentes do PR – Lúcio Alcântara e Roberto Pessoa, considerados inimigos políticos de Cid e Ciro Gomes e com os quais aliados mais próximos ao Palácio Iracema evitam convivência mais próxima. Pessoa tem ficado próximo aos tucanos, enquanto Lúcio vive mergulhado e sonhando com uma cadeira de deputado federal.
A disputa eleitoral do próximo ano terá muitas alianças estaduais diferentes das coligações nacionais que irão levar os candidatos à disputa presidencial. A salada de sopas nacional – em alguns casos, será diferente do quadro estadual, onde divergências distanciam adversários ou aliados se tornam ainda mais fortes na corrida pelas vagas de governador, vice-governador e senador.

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