15 de junho de 2013

Início da caminhada verde-amarela

Ainda sob desconfiança da torcida, Brasil inicia hoje, contra o Japão, em Brasília, primeira prova rumo à Copa de 2014

Agora é pra valer. Depois de incontáveis amistosos, o Brasil enfim, inicia a disputa de uma competição oficial, e que o avalie de verdade. Hoje às 16 horas, contra o Japão em Brasília, a Seleção Brasileira estreia na Copa das Confederações, em busca de afirmação como concorrente ao título diante de sua própria torcida na Copa do Mundo de 2014.

O Brasil do técnico Felipão terá o Japão como primeiro adversário no grupo A da Copa das Confederações, em Brasília. Em seguida, time enfrenta o México, em Fortaleza, e a Itália, em Salvador foto.
A partida no estádio Nacional Mané Garrincha, a abertura do torneio, é uma prova de fogo para Luiz Felipe Scolari e seus comandados.

Desde que assumiu novamente a Seleção Brasileira, em dezembro de 2012, o treinador pentacampeão no Mundial-2002 vem sendo criticado por não conseguir dar consistência defensiva nem padrão tático a um Brasil jovem e de poucas estrelas.

Boas referências

Os brasileiros vêm embalados pelas boas apresentações nos amistosos contra Inglaterra (2 a 2) e França (3 a 0), mas o time ainda não deslanchou. Assim, uma vitória convincente na abertura da Copa das Confederações, evento-teste da Fifa antes da Copa-2014, é crucial para que a equipe ganhe o apoio da torcida em seu próprio solo e afaste as desconfianças sobre o grupo de Felipão.

A tendência é que o técnico mantenha o mesmo time que começou o amistoso contra a França, com Marcelo na lateral esquerda e o trio ofensivo com Hulk, Fred e Neymar. O volante Paulinho, que torceu o tornozelo no treino de ontem, também deve atuar normalmente contra os japoneses.

Felipão lembrou que a equipe está sendo montada, e só com os jogos a equipe se tornará mais competitiva. "Está sendo montada a equipe. Uma vez eu li em uma revista que a natureza não dá saltos. Temos que ir trabalhando, para ter uma equipe competitiva e ganhar jogos".

Scolari afirmou que ficará difícil administrar uma possível derrota na estreia deste sábado. "Mas é horrível perder o primeiro jogo, o ambiente fica difícil de administrar, torcedores, público, imprensa, jogadores, é uma situação que não se deve passar. É o que venho passando a meus atletas desde o início, quando se apresentaram", analisou o técnico.

E completa em seguida: "É importante que amanhã (hoje) possamos vencer a equipe do Japão. Perder o primeiro jogo é uma situação que intranquiliza totalmente o time".

Além do jogo contra o Japão, a Seleção Brasileira encara ainda na primeira fase o México (próximo dia 19, em Fortaleza) e a Itália (dia 22, em Salvador).

SAIBA MAIS
ABERTURA
Prometendo repetir a festa das torcidas nos estádios, a cerimônia de abertura da Copa das Confederações deve investir em mosaicos, danças e coreografia para entreter os torcedores que chegarem mais cedo ao estádio. Não foi informado pela organização se o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e a presidente Dilma Rousseff farão algum discurso ou saudação ao público

Apresentação
Responsável pela direção do espetáculo, o carnavalesco Paulo Barros ganhou destaque por investir em efeitos visuais nos desfiles da escola Unidos da Tijuca no carnaval do Rio. A apresentação reunirá 2,8 mil voluntários, que acumularam mais de 100 horas de ensaios. Além deles, artistas circenses e soldados do Exército participarão da festa. A confecção das fantasias ficou a cargo da equipe da escola de samba paulistana Rosas de Ouro. Segundo a programação distribuída pela Fifa, a apresentação acontecerá cerca de 1 hora e 30 minutos antes da partida entre Brasil e Japão, marcada para começar às 16 horas

Distantes
Dilma tem uma relação distante com cartolas do futebol brasileiro e, hoje, no Estádio Nacional de Brasília, deverá usar um camarote diferente do que ficará Blatter e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin

Apoio
64,7 mil ingressos foram vendidos antecipadamente para a partida no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, o equivalente a todos os ingressos postos à venda

Confira os selecionados de Felipão 

Técnico promete Japão ofensivo

Depois de Felipão apostar que o Japão não se fechará atrás, o técnico da seleção japonesa, o italiano Alberto Zaccheroni, confirmou que espera ver a sua equipe partindo para cima dos donos da casa no jogo de abertura da Copa das Confederações, neste sábado, no estádio Nacional (Mané Garrincha), em Brasília.

Para o italiano Alberto Zaccheroni, a Copa das Confederações vai servir para o Japão descobrir o nível em que se encontra no futebol mundial

"Não vou dizer o que preparei, mas espero que meus jogadores joguem com personalidade, façam aquilo que sabem com a bola, tenham coragem e joguem o futebol que eles sabem jogar", disse Zaccheroni, prometendo que seu time tomará a iniciativa de buscar o gol. "A Seleção Brasileira é favorita a conquistar a Copa das Confederações, mas o Japão não ficará só olhando o Brasil jogar".

Segundo ele, a Copa das Confederações vai servir para o Japão descobrir o nível em que se encontra no futebol mundial depois de ser a primeira equipe a se classificar para a Copa do Mundo de 2014. "A seleção japonesa evoluiu muito nos últimos anos. No futebol asiático, nós somos superiores. Mas ainda não temos a ideia de que nível estamos em relação às principais forças. A Copa da Confederações vai nos dizer o quanto falta para a gente alcançar esse nível", disse.

O treinador se mostrou contente com a evolução do futebol japonês. "Talvez a gente não seja o melhor time do mundo, mas sabemos jogar futebol e temos jogadores muito bons", garantiu o comandante italiano.

Para ele, o fato de os jogadores japoneses terem começado a despertar o futebol da Europa _ 14 jogadores da seleção atuam fora do país - não tem apenas o lado bom. "Isso tem vantagens e desvantagens. Uma vantagem para a seleção é que os jogadores se tornam mais experientes. Mas a desvantagem é que eles acabam ficando um pouco longe do que acontece no futebol interno", completou Zaccheroni.

Japoneses, na Capital, animados
Milhões de torcedores estão ansiosos para assistir ao primeiro jogo da Copa das Confederações. Em Fortaleza, a partida entre Brasil e Japão, que acontece hoje, promete dividir a torcida.

A razão disso é que disputa entre as duas seleções animou a comunidade japonesa e alguns descendentes da Terra do sol nascente aproveitaram para comentar sobre o duelo e dar palpites sobre o resultado do jogo.

O presidente do Instituto Nipo Brasileiro no Ceará, Capitão João Batista Fujita, é descendente de japoneses e, apesar das raízes, confessou para quem torce: Brasil. "O Japão, apesar de ser um país admirável, não tem tradição no futebol, diferente do Brasil, uma equipe que já vem com um histórico de grandes vitórias", comentou, completando que jamais imaginou que pudesse, um dia, ver um desafio entre as duas seleções nos gramados brasileiros.

Apesar da preferência pelo lado verde e amarelo, Fujita alerta sobre desempenho não tão satisfatório da Seleção Brasileira nos últimos anos. Levando em conta esse fato, para ele, pode ser que a disputa seja acirrada. "Vou assistir em casa e acredito que vai ser um bom jogo para medir o nível das duas seleções. O que posso dizer é que o Brasil tem sua história de taças, mas o Japão possui uma equipe muito disciplinada, então, tudo pode acontecer", comentou ele.

Empate

Se há os que, apesar da raiz japonesa, torcem para o Brasil, também existem aqueles que não escondem a torcida pelo país de origem. O aposentado Jorge Sakamoto e também integrante do Instituto Nipo Brasileiro no Ceará é um deles.

"Moro em terras brasileiras há muito tempo, mas, bem no fundo, meu coração é do Japão, e minha vibração e torcida vai para ele", afirmou, arriscando o resultado: 1 a 1. "Amo os dois países e torço pelo empate porque, assim, fico feliz em dobro", diverte-se.

O Instituto Nipo Brasileiro no Ceará existe há mais de 40 anos e é formado por aproximadamente 400 famílias de descendência japonesa. O grupo costuma realizar eventos e encontros cujo objetivo é valorizar e divulgar a cultura do Japão no Ceará.

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