
O Ministério da Educação (MEC) anunciou que estuda a possibilidade de mudança na avaliação feita do ensino médio. O ministro Aloizio Mercadante afirmou, em nota divulgada no site da pasta na última terça-feira, 21, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderia ser usado no lugar da Prova Brasil por trazer uma qualificação mais fidedigna à realidade dos alunos para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Ideb mede a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. Atualmente, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) inclui, em sua amostra, a Prova Brasil, que testa estudantes da terceira série do ensino médio a cada dois anos. No último exame, realizado em 2011, 70 mil candidatos foram avaliados pela Prova. No Enem do mesmo período, a quantidade chegou a mais de 1,5 milhão de estudantes - ou seja, 21 vezes superior à marca de alunos submetidos à Prova Brasil. “O Enem é quase censitário e os alunos já estão cobrando resultados”, apontou o ministro. No Ceará, a média da Prova Brasil foi de 3,4, em 2011. Nota considerada baixa, já que a máxima seria 10. “Com as cotas sociais, a participação deve crescer ainda mais”, defendeu Mercadante, que cogitou a mudança na avaliação durante encontro com representantes do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). A titular da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), Izolda Cela, participou da reunião e pontuou que a proposta estudada pelo MEC converge com o que a Seduc já planejava para a ampliação do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Estado (Spaece), que também realiza, desde 2007, a avaliação do ensino médio local. “O Enem é um exame que já tem finalidades importantes, como o acesso a algumas universidades federais e a certificação do ensino médio. Os jovens já veem no exame uma possibilidade de mudança importante nas suas vidas”, frisa a secretária, acrescentando que a nova avaliação, considerando o Enem, traria o benefício de não acarretar novos custos com a aplicação das provas. Como é realizada hoje, a Prova Brasil é feita por amostragem e, segundo Izolda Cela, mais sujeita a incorreções. Ela complementa que, em 2011, mais de 91 mil alunos do terceiro ano do ensino médio cearenses foram escritos no Enem, o que representa 87% dos estudantes da série. Leonardo Catrib, 17, considera vantajosa a troca da Prova Brasil pelo Enem. Segundo ele, que é aluno da terceira série do ensino médio, o exame é o maior objetivo dos estudantes e deveria servir de parâmetro para a avaliação. “No fim do ensino médio, o aluno deveria estudar muito. E, como o Enem já é a prova principal, ele vai dar o máximo de si”, pontua.
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