O fortalezense que pretende viajar para o exterior e resolveu comprar seus dólares ontem acabou tendo uma surpresa não muito agradável. Acontece que, pela manhã, muitas casas de câmbio da cidade simplesmente não possuiam mais a moeda, que devido à elevada demanda durante esta semana que antecede o Carnaval, vendeu acima das expectativas.
A reportagem entrou em contato com diversas casas de câmbio e constatou que apenas uma possuía dólares disponíveis no início da tarde de ontem: a Confidence Câmbio. Seguindo a ideia da lei da oferta e da procura, foi lá também onde se registrou a maior cotação da moeda em Fortaleza, ontem, de R$ 1,87.
"Temos uma grande reserva de dólares, que consideramos suficiente para atender a grandes demandas", afirmou ontem o operador de câmbio da Confidence, Paulo Queiroz.
"Só semana que vem"
Mas, não foram poucas as casas de câmbio que admitiram a falta da moeda e informaram que só terão o dólar disponível para venda no início da próxima semana. É o caso da Fitta Câmbio Fortaleza, que de acordo com a operadora, Wesla Maria, teve problemas bem cedo. "Quando abrimos a loja ainda tínhamos dólares disponíveis, mas por volta de 10h30 nosso estoque já estava vazio. As pessoas estão comprando em grandes quantidades", comenta. As casas Ouro Minas e Toppingtur também apresentaram a ausência da moeda norte-americana e informaram que só disponibilizarão novamente nas próximas segunda e terça-feiras, respectivamente. A exceção ficou por conta da Sadoc Câmbio e Turismo, que mesmo não possuindo dólar para comercializar ontem, garantiu que já o teria hoje. "É um problema que vem se arrastando por muito tempo e acabou se complicando nesta manhã", conta o operador da empresa, Havelange Silveira.
Culpa nos fornecedores
Há mais de 28 anos trabalhando com câmbio, o operador da Tour Star Câmbio e Turismo, Marcos Roberto, não hesita em apontar os fornecedores como maiores culpados pela falta do dólar nas casas que transacionam com a moeda. "Os bancos fazem um planejamento e não se preparam para uma demanda acima da média, nos deixando impossibilitados de repor o estoque. A economia do Ceará está crescendo e a Classe B está viajando como nunca para fora do Brasil. Não podemos ficar sem moeda", ressalta. Segundo ele, o problema já se tornou corriqueiro em Fortaleza. "É até difícil de acreditar, mas sempre quando acontece um feriado prolongado isso acaba acontecendo. Em apenas um dia deixo de vender cerca de US$ 15 mil", revela.
Outro motivo apontado por Marcos Roberto para a escassez do dólar é o alto valor do mesmo, se comparado com moedas sul-americanas. "Quem viaja para Argentina e Chile, por exemplo, também compra o dólar, pois se não gastar tudo na viagem pode conseguir um valor melhor na volta", explica.
Reservar é alternativa
Não encontrando o dólar nas casas de câmbio, muitas pessoas estão reservando valores para quando a nova remessa chegar. É o caso da funcionária pública Cleide Machado, que vai passar o Carnaval nos Estados Unidos e já garantiu a moeda local. "Reservei com antecedência e não tive nenhuma dor de cabeça", diz.
Uso do "Travel Card" pode ser melhor saída
Nem tudo está perdido para os que não conseguirem trocar real pela moeda norte-americana a tempo de viajar. Existe a opção do "Travel Card" - o cartão de viagem. Com ele é possível fazer compras em alguns estabelecimentos comerciais no exterior e também saques.
A dica é do economista e professor, Henrique Marinho. "Não há razão para desespero. As próprias empresas que trabalham com câmbio oferecem esse dispositivo, que é simples e extremamente prático", enfatiza.
Segundo ele, a utilização do dinheiro de plástico está muito mais bem difundida do que em outros tempos.
"Andar com uma quantia muito grande no bolso, hoje em dia, em plena época de domínio da tecnologia, é retrógrado e até um risco", opina, ressaltando a segurança desse tipo de serviço para quem o utiliza. "Além disso, pode-se encontrar esse serviço em bancos. Não faltam opções no mercado. As bandeiras são reconhecidas em todos os lugares do mundo", complementa Henrique Marinho.
Crédito
Conforme o professor, outra saída seria o uso da modalidade crédito, para quem conta com cartão internacional. "Mesmo com a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), no fim das contas, a comodidade compensa no final", avalia.
Na opinião do especialista, as empresas que trabalham nesse ramo podem ter sido pegas de surpresa com a elevação crescente da demanda por viagens internacionais dos cearenses, e, por conseguinte, da procura não só do dólar, mas também do euro. "Não tenho como falar por esse segmento. Não vivencio o dia a dia dessas empresas, mas é possível que tenha havido essa falta de planejamento sim", teoriza.
Banco Central
O Banco Central do Brasil (BC), que regulamenta as operadoras do setor, não deve intervir. A instituição apenas orienta que os cearenses com dificuldades em realizar a troca da moeda brasileira pela americana procurem estabelecimentos credenciados. A lista completa de todas as empresas autorizadas está no endereço eletrônico do BC.
A reportagem entrou em contato com diversas casas de câmbio e constatou que apenas uma possuía dólares disponíveis no início da tarde de ontem: a Confidence Câmbio. Seguindo a ideia da lei da oferta e da procura, foi lá também onde se registrou a maior cotação da moeda em Fortaleza, ontem, de R$ 1,87.
"Temos uma grande reserva de dólares, que consideramos suficiente para atender a grandes demandas", afirmou ontem o operador de câmbio da Confidence, Paulo Queiroz.
"Só semana que vem"
Mas, não foram poucas as casas de câmbio que admitiram a falta da moeda e informaram que só terão o dólar disponível para venda no início da próxima semana. É o caso da Fitta Câmbio Fortaleza, que de acordo com a operadora, Wesla Maria, teve problemas bem cedo. "Quando abrimos a loja ainda tínhamos dólares disponíveis, mas por volta de 10h30 nosso estoque já estava vazio. As pessoas estão comprando em grandes quantidades", comenta. As casas Ouro Minas e Toppingtur também apresentaram a ausência da moeda norte-americana e informaram que só disponibilizarão novamente nas próximas segunda e terça-feiras, respectivamente. A exceção ficou por conta da Sadoc Câmbio e Turismo, que mesmo não possuindo dólar para comercializar ontem, garantiu que já o teria hoje. "É um problema que vem se arrastando por muito tempo e acabou se complicando nesta manhã", conta o operador da empresa, Havelange Silveira.
Culpa nos fornecedores
Há mais de 28 anos trabalhando com câmbio, o operador da Tour Star Câmbio e Turismo, Marcos Roberto, não hesita em apontar os fornecedores como maiores culpados pela falta do dólar nas casas que transacionam com a moeda. "Os bancos fazem um planejamento e não se preparam para uma demanda acima da média, nos deixando impossibilitados de repor o estoque. A economia do Ceará está crescendo e a Classe B está viajando como nunca para fora do Brasil. Não podemos ficar sem moeda", ressalta. Segundo ele, o problema já se tornou corriqueiro em Fortaleza. "É até difícil de acreditar, mas sempre quando acontece um feriado prolongado isso acaba acontecendo. Em apenas um dia deixo de vender cerca de US$ 15 mil", revela.
Outro motivo apontado por Marcos Roberto para a escassez do dólar é o alto valor do mesmo, se comparado com moedas sul-americanas. "Quem viaja para Argentina e Chile, por exemplo, também compra o dólar, pois se não gastar tudo na viagem pode conseguir um valor melhor na volta", explica.
Reservar é alternativa
Não encontrando o dólar nas casas de câmbio, muitas pessoas estão reservando valores para quando a nova remessa chegar. É o caso da funcionária pública Cleide Machado, que vai passar o Carnaval nos Estados Unidos e já garantiu a moeda local. "Reservei com antecedência e não tive nenhuma dor de cabeça", diz.
Uso do "Travel Card" pode ser melhor saída
Nem tudo está perdido para os que não conseguirem trocar real pela moeda norte-americana a tempo de viajar. Existe a opção do "Travel Card" - o cartão de viagem. Com ele é possível fazer compras em alguns estabelecimentos comerciais no exterior e também saques.
A dica é do economista e professor, Henrique Marinho. "Não há razão para desespero. As próprias empresas que trabalham com câmbio oferecem esse dispositivo, que é simples e extremamente prático", enfatiza.
Segundo ele, a utilização do dinheiro de plástico está muito mais bem difundida do que em outros tempos.
"Andar com uma quantia muito grande no bolso, hoje em dia, em plena época de domínio da tecnologia, é retrógrado e até um risco", opina, ressaltando a segurança desse tipo de serviço para quem o utiliza. "Além disso, pode-se encontrar esse serviço em bancos. Não faltam opções no mercado. As bandeiras são reconhecidas em todos os lugares do mundo", complementa Henrique Marinho.
Crédito
Conforme o professor, outra saída seria o uso da modalidade crédito, para quem conta com cartão internacional. "Mesmo com a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), no fim das contas, a comodidade compensa no final", avalia.
Na opinião do especialista, as empresas que trabalham nesse ramo podem ter sido pegas de surpresa com a elevação crescente da demanda por viagens internacionais dos cearenses, e, por conseguinte, da procura não só do dólar, mas também do euro. "Não tenho como falar por esse segmento. Não vivencio o dia a dia dessas empresas, mas é possível que tenha havido essa falta de planejamento sim", teoriza.
Banco Central
O Banco Central do Brasil (BC), que regulamenta as operadoras do setor, não deve intervir. A instituição apenas orienta que os cearenses com dificuldades em realizar a troca da moeda brasileira pela americana procurem estabelecimentos credenciados. A lista completa de todas as empresas autorizadas está no endereço eletrônico do BC.
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