17 de novembro de 2011

CE tem o 5º pior rendimento médio do País: R$ 395,00

No Nordeste, o rendimento médio per capita do cearense aparece na 4ª posição, à frente só do MA, PI e AL
Com R$ 395 mensais, o Ceará tem o quinto pior rendimento médio domiciliar per capita do País, segundo o Censo 2010, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado só está à frente do Maranhão (R$ 319), do Piauí (R$ 367), de Alagoas (R$ 378) e do Pará (R$ 383). O valor aqui registrado corresponde, inclusive, a apenas 59% da média nacional, que é de R$ 668. Na comparação entre os demais estados do Nordeste, o território cearense vem na quarta posição. Apesar da média anotada no Estado, no ano passado, 25% das pessoas tinham rendimento médio nominal mensal domiciliar per capita de até R$ 104 e metade da população recebia até R$ 204, valor bem inferior ao salário mínimo vigente em 2010, que era de R$ 510. Nesse contexto, enquanto cerca da metade da população urbana recebia, em média, até R$ 255, nas áreas rurais esse valor cai para aproximadamente R$ 118.
No País
Considerando o País, mesmo com uma média de R$ 668, a desigualdade persiste, ou seja, 25% das pessoas tinham rendimento médio nominal mensal domiciliar per capita de até R$ 188 e metade da população recebia até R$ 375, valor também inferior ao salário mínimo no ano de referência. Ao mesmo tempo, enquanto cerca da metade dos residentes na área urbana recebia, em média, até R$ 415, nas áreas rurais esse valor era de aproximadamente R$ 170. De acordo com o IBGE, como os dados sobre rendimento ainda são preliminares, consideram-se apenas pessoas e domicílios com declaração de rendimento positivo, excluindo aqueles com renda zero ou sem declaração.
Nas Capitais
Conforme o levantamento do instituto de pesquisa, no Censo de 2010, manteve-se a tendência histórica de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nos estados das regiões Sul e Sudeste. Florianópolis, Capital do Estado de Santa Catarina, registrou o maior valor (R$ 1.573), com metade da população recebendo até R$ 900; seguida de Vitória, no Espírito Santo, cujas cifras eram de R$ 1.498 e de R$ 755, respectivamente. Fortaleza, por sua vez, vem na 17ª colocação, com um rendimento médio domiciliar per capita de R$ 701, com metade das pessoas que nela moram ganhando R$ até 340. Por outro lado, em 17 das 26 capitais brasileiras, 50% da população não recebia até o montante do salário mínimo. Os valores dos rendimentos domiciliares per capita médios de Macapá (AP), Teresina (PI), Manaus (AM), Rio Branco (AC), São Luiz (MA), Maceió (AL), Boa Vista (RR) e Belém (PA) representavam 40% do rendimento observado em Florianópolis. Em Macapá, pior situação entre as capitais, o rendimento médio domiciliar per capita era de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316.
"Avanço"
Na avaliação do diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Flávio Ataliba, apesar de o IBGE não fornecer, para efeito de comparação, os dados referentes ao Censo imediatamente anterior, no caso do ano 2000, ele acredita que mesmo com a desigualdade de renda existente no Estado, quando se confronta com as demais unidades da federação, o Ceará tem mostrado avanços. "Pelo que lembro, em 2000, quando do outro Censo do IBGE, o Ceará tinha o 3º pior rendimento médio domiciliar per capita do País. Só estava melhor que o Piauí e o Maranhão. Em 2010, passou a ser o 5º, então houve avanço".

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