24 de outubro de 2011

Fiscalização em abatedouros é defendida em audiência pública .

A fiscalização em abatedouros do interior do Estado foi defendida em audiência pública que discutiu os maus tratos aos animais nestes estabelecimentos, na tarde desta sexta-feira (21/10), na Assembleia Legislativa. O debate, de iniciativa do presidente da Comissão de Meio Ambiente da AL, deputado Augustinho Moreira (PV), foi solicitado pela União Internacional Protetora dos Animais (Uipa). “O objetivo da Comissão é a preservação do meio ambiente, a luta pela vida dos animais”, ressaltou Augustinho.

De acordo com a Uipa, os maus tratos aos animais infringem a lei estadual 12.505/95. O vereador de Fortaleza João Alfredo Telles (PSOL), autor da lei, lamentou que as normas para o abate humanitário não estejam sendo cumpridas. “Os matadouros clandestinos podem estar sendo responsáveis pela contaminação de seres humanos”, salientou.

“Nós, protetores de animais, em sua maioria, somos vegetarianos, mas não podemos fazer com que todos sejam. No entanto, podemos lutar para que o abate seja mais humanizado”, iniciou Geuza Leitão, presidente da Uipa. Ela acrescentou que a preocupação com a contaminação da carne é uma questão de saúde pública, e que cabe à Vigilância Sanitária realizar a fiscalização e tomar as providências necessárias. “Muitos já foram interditados, mas falta muito ainda”, finalizou Geuza Leitão.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, José Maria dos Santos Filho, alertou que os médicos veterinários que atuam nos abatedouros reclamam que as prefeituras não disponibilizam o ambiente e o material adequados para a prática humanizada. “Não se observa o menor critério tecnológico para se abater um animal”, colocou o presidente.

O consultor técnico ambiental da Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece), Pragmácio Telles, afirmou que convocará uma reunião com os prefeitos cearenses para tratar do tema. “Às vezes, é até por falta de informação, que os prefeitos não têm”, acredita ele.

Já o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará. (Adagri), Francisco Augusto de Sousa Júnior, informou que o Governo fechou parceria com 17 municípios para adequar os abatedouros à legislação vigente.

“A seara de irregularidades é extensa, o descumprimento da lei; mas são enormes as vicissitudes que temos para fiscalizar”, reclamou o procurador da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Martinho Olavo Gonçalves. Carlos Alberto Mendes Júnior, técnico da Semace, reconheceu a problemática dos abatedouros, mas afirmou que “alguns municípios estão se adequando e a situação está tendendo a melhorar”.

Por fim, Sheila Pitombeira, do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, registrou o descompasso do funcionamento dos abatedouros com a legislação. Segundo ela, dos 184 municípios cearenses, apenas sete teriam condições de abater e circular carne para o consumo humano.
RW/LF

Nenhum comentário: