16 de abril de 2010

Cid diz que não vai se render ao PT


O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse ontem que não vai "se render" ao fato de o PT do Ceará não aceitar participar de um mesmo palanque em que esteja o PSDB. ``Esse radicalismo não é bom. Aqui (no Ceará), eu não vou me render a essa coisa compulsória que o PT tem de querer ficar fora do PSDB", declarou Cid, após criticar duramente o antagonismo que existe entre os dois partidos.
"Esse antagonismo (entre petistas e tucanos) é um mal para o País. Uma disputa política que começa em São Paulo não pode ser replicada e multiplicada compulsoriamente para todos os Estados``, defendeu o governador, que, no passado, ainda filiado ao PSDB, conseguiu articular com o PT uma aliança para as eleições municipais de 1996, sendo eleito prefeito de Sobral naquele ano.
A postura de Cid manifestada ontem é uma clara reação à posição já oficializada pelo PT de não participar de qualquer acordo político, formal ou informal, que envolva o PSDB.
Se levada às últimas consequências, tanto a declaração do governador como o posicionamento do PT em relação aos tucanos, a consolidação de uma possível aliança de Cid com o PSDB & o que já está sendo conversado nos bastidores entre o governador e o senador Tasso Jereissati (PSDB) - empurrará o PT para fora da ampla aliança política que Cid montou em torno de si. Esse é o cenário que enxerga o líder da prefeita Luizianne Lins (PT) na Câmara Municipal, Acrísio Sena (PT).
Segundo Acrísio, o fato de Cid afirmar que não vai se render ao que quer o PT não muda nada o posicionamento dos petistas. ``Nossa posição está mantida. Se o Cid se aliar com o Tasso, nós estamos fora``. A presidente estadual do PT e uma das principais aliadas de Cid, Luizianne Lins (PT), afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentará a declaração. Outros petistas também preferiram o silêncio, como o ex-prefeito Ilário Marques e o deputado federal José Nobre Guimarães.
Mantendo a linha de não tratar da sucessão estadual, Cid se recusou a comentar, ontem o encontro que Luizianne teve com seu desafeto político, o ex-governador Lúcio Alcântara (PR), assim como o ``plano B``, que alguns petistas já articulam preventivamente diante da indefinição do governador sobre a aliança com o PSDB e sobre o apoio ao candidato do PT ao Senado, José Pimentel.

Justificativa
Cid aproveitou para justificar o motivo do silêncio quando o assunto é o cenário político no Ceará: "Além de ser estratégico, o fato de eu não tratar desses temas é útil para mim, porque eu não foi para isso que eu fui eleito. O que as pessoas esperaram de mim é trabalho, é estar fiscalizando as obras, é melhorar o sistema de saúde, é fazer a água chegar a Fortaleza, é fazer o trem andar, é fazer mais casas."

O QUE JÁ FOI DITO SOBRE PT X PSDB
Dos vivos, é o maior político cearense. Estamos em partidos diferentes e vamos ver como serão as coisas no futuro``
Cid Gomes. Ao demonstrar o quanto admira o senador Tasso Jereissati (PSDB), em entrevista à Carta Capital em 2009
"O PT não participará de nenhuma construção de aliança política formal ou informal com o movimento anti-Lula liderado pelo PSDB``
Resolução do PT.
"Não acho que seja afronta, afinal não me senti afrontada quando ele disse que Tasso é o maior político vivo``
Luizianne Lins (PT). Presidente estadual do PT, comentando a reunião que teve com o PR.
"E quem estiver impaciente que tome Maracugina. Paciência!"
Ivo Gomes. Deputado estadual, ao sugerir que os petistas terão de esperar pelas definições do cenário estadual

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