Luis Francisco Cuéllar teria sido morto porque teve dificuldades para caminhar durante a fuga dos sequestradores
Bogotá. O governador da província de Caquetá, Luis Francisco Cuéllar, 69 anos, sequestrado na última segunda-feira, foi degolado por membros da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), revelou o presidente colombiano, Álvaro Uribe.
"Ainda não temos a hora do assassinato, mas sabemos que foi degolado. Miseravelmente o degolaram", disse Uribe ao lamentar a morte de Cuéllar. "Os altos comandos me explicaram que como havia uma perseguição policial, seguramente os terroristas, para evitar os disparos, degolaram o senhor governador", acrescentou o presidente.
Segundo a governadora interina de Caquetá, Olga Patricia Vega, que cita o ministro da Defesa, Gabriel Silva, Cuéllar foi executado porque teve dificuldades para caminhar durante a fuga dos sequestradores.
O corpo foi encontrado por camponeses próximo a um veículo incinerado empregado no sequestro, em um local a cerca de 15 km ao sul de Florencia, capital de Caquetá, com impactos de bala. O corpo não pôde ser removido imediatamente pelo Exército por estar preso a vários explosivos, em uma zona minada pelos rebeldes.
Pouca segurança
Os familiares de Cuéllar afirmaram, ontem, que ele não tinha proteção policial suficiente, apesar de ter sido vítima de vários sequestros e ameaças.
Luis Fernando Cuéllar, filho do governador, disse à imprensa que apenas três policiais faziam a segurança do pai, embora este tenha sido sequestrado outras quatro vezes.
Ele revelou ainda que, horas antes do rapto, um dos seguranças do governador disse para a família ter "muito cuidado", já que circulavam rumores de um possível atentado contra o político. A mulher de Cuéllar, Imelda Galindo, afirmou que, muitas vezes, a equipe ficava reduzida para apenas um policial na casa deles - como na noite em que o governador foi sequestrado em sua própria residência por um grupo armado com cerca de quinze homens.
Barbárie
O assassinato de Cuéllar chocou a Colômbia e atraiu uma ampla condenação internacional. A Organização das Nações Unidas (ONU), a Anistia Internacional, a União Europeia e a Human Rights Watch condenaram o crime, que deve piorar a imagem das Farc perante a comunidade internacional.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, também condenou a violência. "Este ato de atrocidade e barbárie merece o rechaço da comunidade internacional, que apoia a Colômbia em seus esforços para alcançar a paz", afirmou.
O governo dos Estados Unidos, por meio de sua embaixada na Colômbia, declarou-se "consternado" com o assassinato. "Tais atos de violência são repugnantes. O governo americano está comprometido em ajudar os colombianos a defender sua democracia dos narcoterroristas", afirmou o governo americano em um comunicado.
24 de dezembro de 2009
Uribe: governador foi degolado pelas Farc
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