30 de dezembro de 2009

Lula critica PT paulista, e Marinho defende Ciro

Uma semana após ter dito em Brasília que o PT paulista não prima pela capacidade de fazer alianças, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a criticar seu próprio partido. Dessa vez, no Estado onde a sigla foi criada, em 1980, e alcançou projeção.
"Como Deus escreve certo por linhas tortas, o companheiro Marinho conseguiu se eleger . Antes, a gente perdia eleições porque o PT era metido à besta, não fazia aliança política, queria sair sozinho", afirmou Lula, na cidade do ABC paulista.
O PTB, com o cantor Frank Aguiar, detém o cargo de vice-prefeito de São Bernardo do Campo. A aliança foi costurada pelo próprio Lula e por Marinho diretamente com os comandos nacionais dos dois partidos, sem a interferência dos diretórios estaduais.
Depois da declaração de Lula, Marinho, um dos principais nomes do PT no âmbito nacional, defendeu a candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio dos Bandeirantes com o apoio dos petistas paulistas.
"No governo de São Paulo, estamos trabalhando fortemente para a construção de uma aliança para o ano que vem. Eu, particularmente, enxergo a possibilidade da costura da maior aliança no Estado de São Paulo da história do PT. Uma dessas possibilidades é com Ciro na cabeça de chapa", disse o prefeito. Ainda no aspecto político, a visita de Lula ao ABC hoje também serviu para provocar o PMDB, já que o presidente estava acompanhado do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, candidato à reeleição com o apoio do Planalto.
Em São Paulo, o PMDB, liderado pelo ex-governador Orestes Quércia, está fechado com o tucano José Serra.

Distinção
O presidente Lula disse que o governo federal não faz distinção na distribuição de verbas para cidades e Estados conforme o partido a que pertence o prefeito ou o governador. Lula afirmou que os governantes costumam pedir dinheiro sem ter formulado um projeto e que por isso os recursos não são enviados. Segundo ele, quando apresentadas, boas ideias são aprovadas, independente do partido a que o prefeito e o governador estão filiados. "Nós não fazemos distinção de que partido é o prefeito ou o governador. Sejam de qualquer partido o governador ou o prefeito, se o povo precisa, a gente tem mais é obrigação de fazer sem olhar, porque não se pode deixar de dar comida para o porco porque não se gosta do dono. Você precisa tratar as pessoas com o respeito que elas merecem", afirmou. Lula disse ainda que a Caixa Econômica Federal, em seu governo, bateu o recorde de construção de casas populares que pertencia ao governo do ex-presidente João Baptista Figueiredo, último governante militar da ditadura instalada no País em 1964.

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