Bento XVI falou sobre os imigrantes; agressora tem problemas mentais e está em uma instituição fora de Roma
O papa Bento XVI parecia não ter sido afetado pelo ataque que sofreu em plena Missa do Galo, na noite desta quinta-feira, ao pedir, ontem, tolerância e tratamento humano aos imigrantes na tradicional mensagem do dia de Natal na praça de São Pedro.
Ao entrar na Basílica São Pedro para celebrar a Missa do Galo, o papa foi derrubado por uma mulher que pulou a barricada de proteção do corredor e correu em sua direção. Quando os seguranças a derrubaram, ela agarrou nas roupas do papa e o puxou junto. O Vaticano descreveu a agressora como "mentalmente instável", com problemas psiquiátricos.
O papa fez seu tradicional discurso "Urbi et Orbi" (À Cidade e ao Mundo) enviando uma mensagem de esperança aos aflitos. Ele reconheceu o sofrimento daqueles afetados pela crise financeira global, pela guerra e conflitos. "Que seus corações sejam preenchidos de esperança e alegria pelo salvador que nasceu para nós", declarou o papa, que enviou a mensagem de Natal em 65 línguas, inclusive o português.
O papa também aproveitou a oportunidade para destacar o papel da Igreja na América Latina. "Em toda a América Latina, o ´nós´ da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade, que não pode ser substituído por nenhuma ideologia", afirmou.
O Vaticano disse que o papa não foi ferido pela mulher, identificada como Susanna Maiolo. No momento do ataque, contudo, o pânico percorreu a basílica, que aplaudiu quando Bento XVI, de 82 anos, se levantou novamente.
O cardeal francês Roger Etchegaray, de 87 anos, que também sofreu uma queda no tumulto, quebrou o fêmur e terá de passar por cirurgia nos próximos dias. Fontes do Hospital Gemelli, em Roma, para onde ele foi levado, disseram que seu quadro clínico é ótimo e que o sacerdote está de bom humor.
O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, afirmou que Maiolo tem "problemas psiquiátricos". Ela foi detida pela polícia do Vaticano logo após o ataque, interrogada e transferida para um hospital psiquiátrico. Lombardi defendeu ainda a segurança do Vaticano, dizendo que os agentes estavam certos de que a mulher não tinha armas por já ter passado pela revista.
Maiolo teria dito aos médicos que a atenderam no hospital psiquiátrico que "não queria fazer mal ao Santo Padre". Ela foi transferida para uma instituição fora de Roma. Segundo informações, quem a viu pessoalmente afirma que ela aparenta ter "distúrbios mentais e pensamentos distorcidos".
PROTAGONISTA
Segunda vez Susanna Maiolo
A suíço-italiana Susanna Maiolo, 25, mora na Suíça e foi ao Vaticano apenas para acompanhar a Missa do Galo. Ela também teria tentado chegar perto do papa no ano passado, mas foi contida pelos seguranças
26 de dezembro de 2009
Depois de ser derrubado, papa pede tolerância
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário