18 de novembro de 2009

INSS - Fraude pode ter causado prejuízos de R$ 32 milhões

A quadrilha foi descoberta após a denúncia de uma funcionária do INSS, que desconfiou da autenticidade dos papéis apresentados por uma mulher. Foram concedidos cerca de 60 benefícios desde março deste ano a fantasmas.

A fraude na Previdência Social provocada por quadrilha presa ontem pela Polícia Federal (PF), na Operação Vidência, pode ter provocado prejuízos de cerca de R$ 32 milhões aos cofres públicos, no período de até 40 anos. A estimativa foi divulgada por Elisete Berchiol da Silva Iwai, superintendente regional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em São Paulo.
Segundo a PF, foram concedidos cerca de 60 benefícios desde março deste ano a fantasmas, gerando um prejuízo de cerca de R$ 70 mil mensais aos cofres da Previdência. Mas os números podem ser maiores, já que o INSS desconfia que o grupo atuava desde 2008. Apesar de ter concedido esses benefícios a pessoas inexistentes, a superintendente negou que haja falhas no sistema do Instituto Nacional do Seguro Social.
``Não basta ter uma documentação falsa e de boa qualidade. Ela (a pessoa que pretende obter o benefício) precisa se identificar perante a Previdência Social. E essas pessoas tinham todos os documentos e contas em bancos, e de boa qualidade. Vejo falha no sistema de emissão dessa documentação; agora, fragilidade na checagem dessa documentação, não``, afirmou ela, ressaltando que o INSS está preparado para identificar casos como esses.
A quadrilha foi descoberta após a denúncia de uma funcionária da Previdência em Campinas (SP), que desconfiou da autenticidade dos papéis apresentados por uma mulher que pleiteava obter benefício do Instituto Nacional do Seguro Social. Segundo a Polícia Federal, essa mulher foi presa ontem. Para conseguir obter esses benefícios, principalmente de pensão por morte, eram confeccionados documentos falsos.
Eles criavam pessoas e as vinculavam ao regime geral da Previdência Social. Posteriormente, essas pessoas faleciam e a quadrilha pleiteava em nome delas benefícios da Previdência, explicou o delegado Wagner Santana da Veiga, responsável pela operação. Acrescentou que os criminosos podem ter obtido empréstimos consignados em bancos públicos e privados, o que podem ter provocado prejuízo de cerca de R$ 500 mil para essas instituições financeiras.

Presos
De acordo com o superintendente em exercício da PF em São Paulo, Fernando Duran Poch, foram presas 12 pessoas. Os crimes foram cometidos em 10 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Distrito Federal e Goiás. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão e o material apreendido, entre eles cinco veículos, ficará bloqueado para que os cofres públicos sejam ressarcidos, assim como as contas as contas bancárias.
Os bandidos poderão responder pelos crimes de estelionato qualificado contra a Previdência, formação de quadrilha e falsificação de documento público. As penas podem resultar em 15 de anos de prisão.
fonte - o povo

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